Mulheres se suicidam com medo de serem estupradas na Síria
Com o agravamento da situação em Aleppo, na Síria, relatos de que mulheres estariam se suicidando com medo de serem estupradas pelas forças leais ao governo de Bashar Al Assad.
Segundo informações do Metro, uma enfermeira deixou uma carta de despedida explicando que preferia a morte a ser estuprada “nas mãos dos animais do Exército sírio”.
A carta foi divulgada nas redes sociais pelo trabalhador humanitário Abdullateef Khaled. No texto, ela afirma que não acredita que “arder no fogo do inferno” seja pior do que permanecer em Aleppo.
Os planos de retirada de pessoas de bairros de Aleppo dominados por rebeldes emperrou nesta quarta-feira (14), quando ataques aéreos e bombardeios pesados atingiram a cidade e os insurgentes aparentemente rejeitaram novas condições impostas pelo Irã para a manutenção do acordo.
O Irã, um dos maiores apoiadores de Assad, na luta que praticamente encerrou quatro anos de resistência dos rebeldes em Aleppo, quer uma retirada simultânea de feridos de dois vilarejos, Foua e Kefraya, que estão cercados por combatentes insurgentes, de acordo com fontes rebeldes e da Organização das Nações Unidas (ONU).
Grupos rebeldes disseram se tratar de uma desculpa para frear a retirada de um enclave insurgente que foi devastado por uma potente ofensiva governamental. Uma estação de televisão pró-oposição disse que agora a operação pode ser adiada até quinta-feira (15).
Um cessar-fogo mediado na terça-feira pela Rússia, aliada mais poderosa de Assad, e a Turquia pretendia pôr fim a anos de combates na cidade, dando ao líder sírio sua maior vitória em mais de cinco anos de guerra.
Mas ataques aéreos, bombardeios e tiros irromperam nesta quarta-feira, e Ancara acusou forças do governo sírio de violarem a trégua. A TV estatal síria disse que bombardeios dos rebeldes mataram seis pessoas.
O ministro das Relações Exteriores russo, Sergei Lavrov, disse que a resistência dos opositores deve terminar nos próximos dois ou três dias. O Kremlin afirmou que o presidente russo, Vladimir Putin, e seu homólogo turco, Tayyip Erdogan, irão debater Aleppo ainda quarta-feira.
Não foi possível contatar autoridades da aliança militar que apoia Assad de imediato para saber por que a retirada, que se esperava começar nas primeiras horas desta quarta-feira, estacou.
Até o amanhecer ninguém tido saído, como o plano previa, de acordo com uma testemunha da Reuters que aguardava no ponto de partida, onde se encontravam 20 ônibus com os motores ligados, mas sem dar sinais de que iriam para bairros rebeldes.
Os moradores do leste de Aleppo fizeram as malas e queimaram pertences, temendo saques do Exército sírio e das milícias apoiadas por Teerã aliadas aos militares.
(Com informações da Reuters)