Na Geração Flica, a autora mineira reviveu as páginas da sua própria trajetória e nos relembrou o porquê de ser um grande sucesso entre os jovens até hoje

 Na Geração Flica, a autora mineira reviveu as páginas da sua própria trajetória e nos relembrou o porquê de ser um grande sucesso entre os jovens até hoje

Na tarde desta sexta-feira (24), o espaço Geração Flica recebeu no segundo dia da Festa Literária Internacional de Cachoeira, a escritora Paula Pimenta para a mesa “Histórias de uma Pimenta”, mediada pela comunicadora Evelyn Sena. Em uma conversa repleta de lembranças e afetos, a autora mineira compartilhou sua trajetória como leitora, professora de música e escritora que marcou gerações de jovens com histórias de amor, descobertas e amadurecimento.

“Quando aprendi a ler foi uma libertação pra mim e pra minha mãe também, que sempre me contava histórias e me incentivou no mundo da leitura”, contou Paula, relembrando o início da sua relação com os livros. Desde pequena, os livros fizeram parte da rotina da autora, que recorda com carinho o incentivo do pai: “Qualquer livro que eu quisesse na vida, meu pai me deu. E eu pedia muitos!”. Entre os primeiros títulos, estão todos os volumes da icônica “Coleção Vaga-Lume”, clássica entre jovens leitores brasileiros na época.

Autora de sucessos como “Fazendo Meu Filme” e “Minha Vida Fora de Série”, Paula revelou que muitas das tramas que encantam seus leitores nasceram de experiências pessoais. “Muitas coisas que as pessoas leem nos meus livros são baseadas em acontecimentos da minha vida”, disse. O primeiro volume de “Fazendo Meu Filme”, por exemplo, é fortemente inspirado em sua própria história, um ponto de partida para a carreira literária que se tornou referência no país e que influenciou milhares de jovens a se encantarem pela leitura. 

Antes de se dedicar exclusivamente à escrita, Paula foi professora de música, uma paixão que também atravessa suas obras: “Todos os meus livros têm música no meio. Vivi muito com a música desde cedo”. Essa relação entre música, literatura e escrita se reflete também nas suas crônicas. “Apaixonada por Você”, é o seu mais recente lançamento de crônicas reunidas de 2019 a 2025. 

Entre risadas e confidências, a autora falou ainda sobre o encantamento que sente por princesas e contos de fadas e sobre o desejo de ver suas histórias adaptadas para o teatro. Ela também comentou a importância da fidelidade nas adaptações de seus livros para outras linguagens, uma luta constante em sua trajetória como escritora. 

Durante o diálogo com o público, Paula refletiu também sobre o desafio de manter o foco na leitura em tempos de distrações digitais. “A falta de foco é o grande problema dos jovens. Vivemos uma concorrência muito grande com os textos curtos. Mas dá pra começar aos poucos, ler vinte minutos por dia, umas cinco páginas que sejam”.

Com o olhar voltado para a nova geração, a escritora compartilhou hábitos familiares que reforçam a paixão pelos livros: “Leio para a minha filha Mabel desde o primeiro dia. Comecei com histórias curtinhas e depois fui aumentando. Muitos pais querem que os filhos leiam, mas não leem”, disse. 

Com uma fala doce e inspiradora que marcou o segundo dia de Flica, Paula Pimenta reafirmou o poder da leitura como fonte de descoberta e liberdade e nos relembrou o porquê dos seus livros serem um verdadeiro sucesso entre os jovens. Entre memórias, músicas e histórias que continuam a atravessar gerações, a autora mostrou que ler é, antes de tudo, um gesto de amor, e que sempre há tempo para ler novos livros e construir novas narrativas. Ao fim da conversa, Paula deixou um recado que arrancou aplausos do público: “Não existe a pessoa que não gosta de ler. Existe a pessoa que ainda não descobriu que gosta”.

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