Namorado de médica que caiu de prédio em Armação tem prisão preventiva revogada

 Namorado de médica que caiu de prédio em Armação tem prisão preventiva revogada

O médico Rodolfo Cordeiro Lucas, namorado da também médica Sáttia Lorena Patrocínio, de 27 anos, que caiu do 5º andar de um prédio no bairro de Armação, em Salvador, teve a prisão preventiva revogada pela Justiça, na manhã desta segunda-feira (27).

Na decisão o juiz Vilebaldo José de Freitas Pereira afirmou que não há motivos para a manutenção da prisão, “estando claro que não pretende ele, o Requerente, furtar-se à aplicação da lei penal, vez que é primário, com bons antecedentes, endereço conhecido, profissão definida, podendo ser localizado a qualquer momento para a prática dos atos processuais, sendo domiciliado no distrito da culpa, conforme documentos anexados”.

Com a revogação, o médico “deverá se apresentar em Cartório, após a abertura das atividades pelo TJ/BA, para assinatura do Termo de Comparecimento a todos os atos processuais, advertido que não poderá se ausentar deste Estado, salvo prévia autorização”.

Pedido de revogação
O pedido de revogação, feito pela defesa de Rodolfo Cordeiro Lucas, representado no processo pelo advogado Gamil Föppel, foi protocolado junto ao Tribunal de Justiça da Bahia (TJ-BA) em 22 de julho, um dia após a prisão do médico.

De acordo com a inicial, que pode ser lida na íntegra ao final da matéria, “na madrugada do dia 20 de julho de 2020, por volta da 1h20 da manhã, a companheira do peticionário, Sattia Lorena Patrocínio Aleixo, em um surto psicológico, se arremessou do quinto andar do” edifício onde o casal reside.

Foram juntados os depoimentos de três vizinhos, que afirmaram à polícia terem visto o momento em que Sattia se colocou para fora da janela, tendo o namorado tentado socorrê-la sem sucesso. As testemunhas ainda alegam, segundo a defesa de Rodolfo, que ele implorou para que a namorada não se jogasse do prédio.

Os advogados também afirmaram que Rodolfo solicitou à Justiça a oitiva de Sattia, quando ela puder prestar depoimento para contar o que de fato houve. “Quem, senão alguém inocente, pugnaria para que ela, o quanto antes, fosse ouvida?”, questionou na petição.

“Resta claro, portanto, com base nos depoimentos prestados, que tudo que o peticionário mais queria, naquele trágico momento, era salvar a vida e a integridade física de sua companheira, estendendo a sua mão para salvá-la, porém não sendo isso suficiente para que ela não se desequilibrasse e uma de suas pernas saísse da base de apoio do parapeito, ocasionando a sua queda”, escreveu.

Para requerer a revogação da prisão, a defesa ainda alegou que houve inércia da Polícia Civil ao colher os depoimentos das testemunhas da própria Delegacia da Mulher, fazendo com que Rodolfo passasse mais de uma noite custodiado. “Ao contrário do que a autoridade policial tenta alegar, resta inequívoco que o ocorrido fora uma tentativa de suicídio, ocasião na qual, conforme os robustos depoimentos anteriormente apresentados, o peticionário enveredou todos os seus esforços para evitar que tal ato se concretizasse”, afirmou o advogado.

Por fim, a inicial juntou documentos que comprovam que não há antecedentes criminais atribuídos ao médico, além de ele possuir vínculo empregatício e residência fixa comprovados, o que resulta em elementos suficiente para a revogação da prisão. Os argumentos da defesa foram aceitos pelo juiz Vilebaldo José de Freitas Pereira nesta segunda-feira (27).

Relembre o caso
O caso aconteceu na madrugada de segunda-feira (20), após uma briga entre o casal. Em depoimento, o médico negou a autoria do crime na Delegacia Especializada no Atendimento à Mulher (Deam).

Um porteiro do condomínio Serra do Mar foi ouvido e informou que tentou contato com o casal diversas vezes por meio da campainha e do interfone, mas ninguém abriu a porta.  

“A moradora estava dentro do apartamento, tentava falar algo, mas o declarante não compreendia, pois além dela está no quarto dos fundos estava chorando”, diz o depoimento.  

Após alguns minutos, o porteiro disse que viu a médica dependurada na janela do apartamento 505 e o companheira, estaria segurando a mulher. Na ocasião, o funcionário declarou ter escutado Sáttia gritar que iria morrer e o médico respondendo que não soltaria a companheira.  

Um vizinho também foi ouvido e afirmou ter visto o médico tentar salvar a namorada a segurando para que não caísse. 

A mulher foi socorrida pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) e está internada no Hospital Geral do Estado (HGE).

Bnews

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