No Maio da Diversidade, bate-papo virtual reflete principais desafios vividos por pessoas transexuais

 No Maio da Diversidade, bate-papo virtual reflete principais desafios vividos por pessoas transexuais

Dificuldades no acesso à educação, saúde e trabalho, somadas ao preconceito, exclusão e violências, ainda são realidades enfrentadas pela população transexual no Brasil. Esta reflexão, ou melhor, essa vivência, foi pontuada por Luana Vaneska, durante transmissão online do “Bate-Papo Trans”, nesta segunda-feira (24). A atividade virtual foi promovida pelo Departamento LGBT, vinculado à Secretaria Municipal de Políticas Afirmativas, Direitos Humanos e Promoção da Igualdade Racial (SEPADHIR) de Lauro de Freitas.

A live transmitida via Instagram @departamentolgb foi mais uma ação alusiva ao mês de campanha “Maio da Diversidade”. Com interações na rede social, Luana Vaneska, mulher trans e ativista LGBTQIA+, respondeu perguntas relacionadas à luta de pessoas trans perante a sociedade. Em suas palavras, a transfobia é uma atitude que leva o Brasil a ser o país que mais mata transexuais e travestis no mundo. “A transfobia não só nos mata diretamente por atos de violência, ela nos leva a depressão, ao suicídio e a marginalidade”, afirmou.

Por serem pessoas excluídas do convívio social, transexuais e travestis dificilmente encontram oportunidade de emprego ou conseguem concluir seus estudos. Segundo Luana, o preconceito é o principal fator que leva essa população a marginalidade, como no caso da prostituição. “Ainda não somos inseridas nos postos de trabalho. Já fui garota de programa na Itália justamente por não encontrar nenhuma porta aberta. Se antes estava difícil, agora na pandemia é ainda pior. Muitas de nós não tiveram escolha, a não ser voltar a se prostituir”, disse.

A saúde pública foi outra questão apontada pela participante do fórum de mulheres de Lauro de Freitas AMB. Nesse sentido, Luana enfatizou a necessidade de implantação de ambulatórios trans pelo país, isso porque transgêneros passam por processos de transição hormonal, e na maioria dos casos fazem auto aplicações de medicamentos. Pessoas trans são aquelas que se identificam com o sexo oposto ao biológico de nascimento. A Organização Mundial da Saúde (OMS) retirou a transexualidade da lista de doença.

“Nosso maior desafio é conseguir que haja educação, oportunidade de emprego e, sobretudo, respeito. Vivemos em uma sociedade machista, onde o feminicídio cresce a cada dia. Meu sonho é que o Brasil possa se tornar um país com mais compaixão, onde não haja diferenças. Um lugar em que exista amor ao próximo”, conclamou Luana, de 40 anos. De acordo com a Associação Nacional de Travestis e Transexuais do Brasil (ANTRA), o país teve 175 mortes de pessoas transexuais em 2020, o que equivale a uma morte a cada dois dias.

Para Erica Capinan, coordenadora do Departamento LGBT da SEPADHIR, o “Bate-Papo Trans” é mais uma forma de travar a luta contra a LGBTfobia. “Tivemos uma semana da diversidade bastante profícua, com participação massiva dos movimentos LGBTQIA+, com atividades qualitativas, afetivas e potentes. Hoje, o bate-papo foi realizado como uma extensão dessas ações alusivas ao mês da diversidade, embora saibamos que a luta por direitos deve ser feita durante todo o ano”, avaliou e apontou.

 

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