Novas prefeituras baianas sob a mira do MPE por uso eleitoreiro da Codevasf são redutos de deputados do PP
Caso ou acaso, todos as quatro prefeituras baianas que entraram na mira do Ministério Público Eleitoral (MPE) por suspeita de favorecimento político da Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf) são redutos controlados por deputados federais do PP. Na terça-feira, o MPE abriu uma nova frente de investigação para apurar indícios de uso eleitoreiro de convênios e doações feitas pela Codevasf para Paulo Afonso e Uauá, no norte do estado, Tanque Novo e Igaporã, no sudoeste. O primeiro município é a maior base de Mário Negromonte Júnior, parlamentar mais votado de Paulo Afonso na sucessão de 2022. Já Uauá é base de Neto Carletto, outro quadro da bancada do PP no Congresso.
Donos do pedaço
Em Tanque Novo, o deputado campeão das urnas na eleição passada foi o pepista Cláudio Cajado, que obteve quase 60% dos votos válidos da cidade na corrida pela Câmara dos Deputados. No quarto município sob cerco do MPE, Igaporã, Neto Carletto também foi o candidato a federal mais votado em 2022, com 43% do bolo total. Na ofensiva, a Promotoria afirma que o suposto favorecimento por parte da Codevasf pode afetar a legitimidade das eleições e pede que a companhia informe os critérios utilizados para definir quem recebeu doação, se houve indicação política ou participação de potenciais pré-candidatos na sucessão deste ano.
Ligação de pontas
Suspeitas de que a Codevasf é usada como instrumento para compra de apoio e votos não são novidades. Volta e meia surgem denúncias na imprensa acerca de abusos de poder político e econômico por parte da companhia. Nos últimos meses, porém, as atenções se redobraram diante da possibilidade de que a Codevasf esteja a serviço da corrida pelo comando da Câmara dos Deputados, já que é dirigida por aliados do atual presidente da Casa, Arthur Lira (PP-AL), e do baiano Elmar Nascimento (União Brasil), preferido do pepista para representá-lo no páreo.
Baião-de-dois
Governo do estado e prefeitura de Salvador se deram bem no novo ranking de Qualidade da Informação Contábil e Fiscal, prêmio elaborado pela Secretaria do Tesouro Nacional para entes federativos com boas práticas financeiras. Entre as capitais, Salvador foi premiada com a segunda colocação, entre Belo Horizonte (MG) e Vitória (ES). Já a Bahia ficou em terceiro lugar no pódio de estados que mais evoluíram em relação ao ano passado, com crescimento de quase cinco pontos percentuais, menos somente que Roraima e São Paulo. Na lista de todos os municípios brasileiros analisados pelo Tesouro, Salvador ficou em nono lugar. Entre os estados, a Bahia obteve a oitava colocação.
Seleção feminina
Na quantidade de emendas à Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) encaminhado pelo Palácio Thomé de Souza, com votação marcada para esta quarta-feira (19) na Câmara Municipal, duas vereadoras da oposição foram as únicas da Casa com emendas acatadas integralmente pelo relator da matéria, Daniel Alves (PSDB). Lainas Pretas por Salvador (Psol) ficou em primeiro, com quatro alterações aceitas, seguida bem de perto por Marta Rodrigues (PT), irmã do governador Jerônimo Rodrigues, com três.
Veneno e maracujina
O deputado federal Félix Mendonça Júnior, presidente do PDT na Bahia, postou no Instagram uma foto na qual aparece devorando um hot-dog no Aeroporto Juscelino Kubitschek, em plena ponte aérea Brasília-Salvador. Mas o que a turma da maledicência prestou atenção mesmo foi na bebida: uma latinha de suco de maracujá. Disse logo que era para acalmar os nervos diante das dificuldades em fechar a equação do PDT sobre a disputa no interior e da expectativa pelo resultado das eleições em redutos onde concentra votação expressiva, casos de Euclides da Cunha e Araci.
Deu chabu!
A Fundação Palmares, órgão do Ministério da Cultura (MinC) que cuida do patrimônio material e imaterial afrobrasileiro, rescindiu de forma unilateral um convênio de R$ 210 mil firmado em novembro de 2023 com a Secretaria Estadual de Promoção da Igualdade Racial (Sepromi). Os recursos estavam destinados às celebrações do Mês da Consciência Negra, segundo a Sepromi, com a participação de artistas, órgãos públicos e entidades da sociedade civil. A fundação não detalhou de forma clara as razões para o cancelamento do acordo, apenas que foi causado por quebra de cláusulas do convênio.
Hora do garimpo
Vereadora licenciada da capital, a presidente da Fundação Nacional das Artes (Funarte), Maria Marighella, foi escalada pela ministra da Cultura, Margareth Menezes, para representar o MinC na 78ª Edição do Festival de Avignon, um dos principais eventos dedicados às artes do Verão europeu. Realizado desde 1947 na cidade de mesmo nome e tido como o mais antigo da França, o Festival de Avignon é importante referência para iniciativas que cabem bem no guarda-chuva da Funarte.
Fonte – Metro1