Nove escolas municipais de Camaçari ganham sala com recursos multifuncionais

Visando proporcionar uma educação cada vez mais acolhedora e acessível, a Prefeitura de Camaçari, através da Secretaria de Educação (Seduc), inaugurou simultaneamente, nesta terça-feira (8), nove salas com recursos multifuncionais, que irão oferecer aos estudantes com necessidades específicas um atendimento educacional especializado (AEE), promovendo a inclusão e a participação no ensino regular.
O ato simbólico ocorreu na Escola Municipal Denise Tavares, localizada na Avenida Tupinambás (antiga Radial C), no bairro Gleba B. Por lá, cerca de 16 crianças e adolescentes com distintas especificidades serão atendidas, pelo menos, duas vezes na semana.
No entanto, esse número praticamente quadruplica, chegando a 65 beneficiados, pois a unidade, assim como as demais inauguradas nesta terça-feira, irá funcionar como um polo de acolhimento para outros estudantes que necessitam do acompanhamento e cursam o ensino regular em uma instituição diferente, que, até então, não dispõe do serviço.
Presente na cerimônia simbólica, o prefeito Luiz Caetano falou sobre o compromisso com a inclusão, tendo como foco a ampliação de espaços, ações e atividades que auxiliam significativamente no desenvolvimento físico, emocional e intelectual desses alunos. “Nosso objetivo é colocar uma sala dessa em cada instituição de ensino público municipal, e estamos trabalhando para isso. Esse ato não é apenas celebrativo, mas representa o olhar humanizado, o cuidado com essas crianças e adolescentes”, pontuou o gestor municipal.
Na sede, as salas, também, foram implementadas na Escola Municipal Virgínia Reis Tude (Verdes Horizontes) e no Centro Educacional Yolanda Pires (Jardim Limoeiro). Os outros seis espaços estão distribuídos nos distritos de Monte Gordo e Vila Abrantes.
A iniciativa é uma extensão do serviço que já acontecia, desde 2016, no Centro de Atenção Integral à Criança (Caic) Escola Professora Ilda Leal Ulm da Silva, situado no bairro Nova Aliança (Phoc I).
A coordenadora de Educação Inclusiva da Seduc, Elvira Laporte, estima que no segundo semestre, pelo menos, mais dez salas do tipo sejam estabelecidas no município. “Desenvolvemos vários estímulos, tanto pedagógicos quanto psicopedagógicos, partindo do plano educacional individualizado do aluno. Por isso, comemoramos a chegada desses novos espaços, mas já sinalizando que é preciso mais e que vamos ter mais futuramente. O trabalho não para e, graças a Deus, temos o apoio necessário para fomentar essa realidade na cidade”, afirmou.
As salas contam com diversos elementos lúdicos, como amarelinha colorida, painéis sensoriais, livros e brinquedos. Gicelma Cruz, uma das especialistas em Educação Especial, que vai atuar na Denise Tavares, enfatiza o público-alvo. “Além dos estudantes diagnosticados com transtornos do espectro autista (TEA), o espaço proporciona atendimento inclusivo para alunos com deficiências intelectual, visual e auditiva, além de crianças com altas habilidades, na perspectiva de fornecer uma complementação e suplementação pedagógica. Por exemplo, se o aluno estuda no turno matutino, ele vai ser atendido no turno vespertino e vice-versa”, explicou.
Outro ponto crucial é a comunicação com os pais, definida por Gessivalda Costa, psicopedagoga e intérprete de Língua Brasileira de Sinais (Libras), como fator determinante no progresso de cada educando. Pioneira das ações no município, ela começou em 2016 atuando nas atividades da Escola Ilda Leal Ulm da Silva. “Nesses mais de oito anos de trabalho, fico extremamente feliz em ver isso acontecendo. Era um sonho ver esse investimento na inclusão, no futuro das nossas crianças. Desde 2016, junto com minha colega de profissão Liane Cortez, almejava por esse dia. E digo também que é uma via de mão dupla. Junto com o trabalho dos profissionais, o empenho da gestão pública, está a atuação dos pais, com a comunicação constante, com o diálogo aberto e a confiança em cada educador e especialista. É notório a evolução desses alunos em vários aspectos, de fala, de coordenação e tantas outras vitórias”, avaliou.
Ao todo, cada sala contará com o trabalho de, pelo menos, dois especialistas em Educação Especial, por meio de um trabalho conjunto e colaborativo com cada educador do ensino regular.
Foto: Patrick Abreu