Novo 10 do Bahia, Everton Ribeiro destaca projeto ambicioso e aponta papel de Ceni na escolha
Aos 34 anos, o meia Everton Ribeiro chega ao Bahia nos braços da torcida e com status de grande contratação. Mas vai além disso. Multicampeão, o ex-jogador do Flamengo simboliza uma nova era no Tricolor, que fez questão de deixar uma mensagem no dia do anúncio da contratação: “já era hora de olhar pra cima”.
E o meia chega, de fato, faminto por conquistas, como deixou claro na entrevista coletiva de apresentação.
A minha ambição é do tamanho do Bahia, olhar para cima.
— Everton Ribeiro, jogador do Bahia.
– Mostrar que o Bahia veio para se encaixar na parte de cima da tabela, brigar por coisas grandes. É pensar grande, em surpreender.. (…) Me apresentaram um projeto muito ambicioso, de uma grandeza enorme. O que me motiva são novos desafios, buscar títulos, buscar fazer história – completou o jogador.
Outro fator importante para Everton assinar contrato com o Bahia foi o técnico Rogério Ceni. Os dois trabalharam juntos no Flamengo, em 2020/21, quando conquistaram Campeonato Brasileiro, Supercopa do Brasil e Campeonato Carioca. Ceni, inclusive, já se declarou um entusiasta do estilo do jogador.
– Quando ele me ligou, um cara que admiro, toda a conversa que a gente teve, projetando onde eu poderia jogar, como poderia ser a equipe…é um cara visionário, que pensa na frente, e é muito ambicioso. Ele está pronto para fazer o Bahia ser ainda maior do que é.
Everton Ribeiro foi apresentado por Cadu Santoro, diretor de futebol do Bahia. O dirigente destacou que a chegada do agora camisa 10 tricolor mostra as pretensões do clube para os próximos anos.
– Hoje, para a gente, é um dia muito especial. Começamos conversa nas últimas semanas. Everton sempre foi um pessoa disposta a entender o projeto. Dentro das conversas, explicamos o projeto, esse primeiro ano de transição, o que pretendemos fazer com o clube. Quando um atleta do tamanho de Everton aceita esse desafio, mostra o que queremos para os próximos anos. Não tenho dúvida que vamos trabalhar juntos para continuar crescendo e colocar o Bahia onde ele deve estar.
Fim de ciclo?
Everton Ribeiro assinou contrato com o Bahia até o fim de 2025. Para ficar com o meia, que não entrou em acordo com o Flamengo por renovação, o Tricolor precisou vencer disputa com o Internacional. Pesou para o acerto com o clube baiano o projeto oferecido, com dois anos de contrato, ganho salarial e ainda a oportunidade de ser embaixador do Grupo City ao se aposentar.
Apesar de ter o futuro fora de campo encaminhado, o novo camisa dez do Bahia garantiu que ainda não pensa em pendurar as chuteiras.
– Foi uma parte do que a gente conversa, que em um pós-carreira poderia pensar em seguir no Grupo. Mas ainda está longe [risos]. Venho para jogar, para vencer. É o que mais me motivou para estar aqui. Acredito que vai ser um ano muito positivo.
Camisa dez
Everton Ribeiro chega ao Bahia com respeito da torcida e dos novos companheiros de time. O atacante Biel ofereceu a camisa 10 do Esquadrão ao meia.
Everton desembarcou em Salvador na manhã deste domingo e foi recebido por uma multidão de torcedores. Ele ainda retorna ao Rio de Janeiro para se despedir dos ex-companheiros de Flamengo. Nesta segunda-feira, o meia se junta ao elenco do Esquadrão e, na terça, viaja com o grupo para a pré-temporada em Manchester.
Objetivos
Everton Ribeiro foi capitão do Flamengo nas 11 conquistas do clube entre 2019 e 2022. Entre os troféus estão dois Campeonatos Brasileiros, duas Libertadores e uma Copa do Brasil. Ele ainda tem uma série de taças importantes por outros times, a exemplo do bicampeonato Brasileiro pelo Cruzeiro. Em 2022, ele disputou a Copa do Mundo no Catar.
Pelo Flamengo, Everton disputou 94 jogos e marcou 46 gols. Em 2023, contudo, o meia virou reserva, mas atuou em 62 partidas, com três bolas na rede e sete assistências. No Bahia, o novo reforço chega com status de titular e oportunidade de fazer “barulho” com uma dupla de meias ao lado de Cauly.
– Pensamento é ser campeão dos dois [Campeonato Baiano e Copa do Nordeste]. Quando o Bahia tem que pensar em campeonato, tem que pensar em ganhar. Vou fazer de tudo para alcançar. O que me move é vencer, ser campeão. É um projeto muito ambicioso. Já vai começar. Vai ter a pré-temporada. Depois já começa o Baiano. É cada jogo uma final. É buscar esses títulos que eu não tenho.
Veja outros trechos da entrevista coletiva:
Pré-temporada em Manchester:
– A pré-temporada serve para dar base forte para o ano todo. Estar perto dos novos companheiros vai ser bom para conhecer eles mais rápido, saber as preferências. Vai ser uma pré-temporada incrível, em um lugar excepcional.
Condição física:
– Estava de férias, treinando mantendo a parte física. A pré-temporada é importante. É me preparar bem, ficar pronto. São muitos jogos.
Mais sobre Ceni:
– Falar do Rogério é fácil. Fomos campeões juntos. Ele é um cara vencedor. Já foi um jogador vencedor. Ele busca excelência, o melhor do jogador. Ele cobra o que tem que ser feito, também orienta, elogia. Quando ele me ligou, é um cara que admiro, toda conversa que teve comigo, onde eu poderia jogar, como poderia ser a equipe. É um cara visionário, ambicioso. Todas essas qualidades fazem dele um vencedor.
Projeto apresentado:
– Me apresentaram projeto ambicioso, de grandeza enorme. Me motiva. Eu precisava disso, de novos desafios, para poder novamente buscar títulos, marcar história. E tudo que o Bahia me apresentou, com todos que conversei, tudo está sendo cumprindo. Falaram que a torcida iria estar me esperando, e me surpreendeu. Hoje, domingo, com recepção calorosa. Isso me dá mais ânimo e ansiedade para estar em campo. A expectativa é muito boa. Acredito muito nesse time, nos companheiros. A equipe está se reforçando. Vão chegar mais jogadores para que tenhamos um ano incrível. Acredito que vai ser um ano marcante para todos.
– Quando falei em projeto, é a equipe buscar títulos, se fortalecendo cada vez mais, mostrando que o Bahia é uma equipe a ser olhada diferente. Isso que me motiva. Motiva estar em busca de uma nova Libertadores, disputar essas grandes competições.
Melhor posição para jogar
– Imagino jogando com ele [Cauly], com Biel, Ademir, jogadores de meio. Onde jogar é com Rogério. Ele vai ver onde se encaixam melhor as peças. É fazer uma equipe equilibrada, que possa se defender bem.
Família:
– Normal, natural que tenha saudade no começo. Foram muitos anos, sete anos quase. No futebol, é quase um vida. Eles estão felizes pelo pai escolher um grande time, estão empolgados com as novas cores, estão procurando aprender. Eles gostam desse ambiente. Isso me motiva muito. Por eles, pela torcida, vou fazer tudo para que dê certo.