Número de mortes por coronavírus chega a 813 e ultrapassa quantidade de vítimas da Sars

 Número de mortes por coronavírus chega a 813 e ultrapassa quantidade de vítimas da Sars

Surto de Síndrome Respiratória Aguda Grave, visto na China entre 2002 e 2003, provocou 774 óbitos. casos já foram registrados em cerca de 30 países e territórios

A nova epidemia de coronavírus matou 813 pessoas na China, o que a torna mais mortal do que a Síndrome Respiratória Aguda Grave (Sars), que provocou 774 óbitos entre 2002 e 2003.

Até agora, o coronavírus já provocou 37.198 infecções. Todas as mortes foram registradas na China continental, à exceção de duas — uma nas Filipinas, outra em Hong Kong.

Entre os mortos na China continental estão um americano de origem chinesa e um japonês, ambos em Wuhan, foco da epidemia, na região central do país.

A Organização Mundial de Saúde (OMS), no entanto, considera que a transmissão do novo coronavírus mortal na China está “se estabilizando”.

Apesar das medidas de contenção, a epidemia continua se disseminando mundo afora. Mais de 320 casos de infecção foram confirmados em cerca de 30 países e territórios. A França anunciou no sábado cinco novos casos (quatro adultos e uma criança, todos de nacionalidade britânica), o que eleva o total do país para 11.

A América Latina e a África continuam sendo regiões livres do novo coronavírus até agora.

A expansão da epidemia levou as autoridades de Hong Kong a aplicar uma quarentena de duas semanas nesde sábado a quem chegasse da China continental. Aqueles que não respeitam essa ordem de confinamento em hotéis ou residências particulares são expostos a seis meses de prisão.

As medidas de isolamento também permanecem em vigor em muitas cidades chinesas, onde dezenas de milhões de pessoas permanecem trancadas em suas casas.

Em Xangai, considerada o pulmão econômico da China, o uso de máscara em locais públicos tornou-se obrigatório a partir deste sábado.

Durante uma visita a Wuhan nesta semana, o vice-primeiro-ministro Sun Chunlan ordenou que as autoridades locais tomassem medidas “em tempo de guerra” e até pediu que procurassem na cidade por habitantes com febre.

A cidade e a província de Hubei, da qual Wuhan é a capital, estão isoladas do mundo há duas semanas por um cordão sanitário.

Navios de cruzeiro bloqueados

Além de Hong Kong, muitos países reforçam as medidas que aplicam contra pessoas da China e desaconselham viajar para o país. A maioria das companhias aéreas internacionais já parou de operar em territórios acometidos pelo vírus.

Além disso, milhares de viajantes e tripulantes permanecem confinados a dois cruzeiros na Ásia.

No Japão, o número de pessoas infectadas no cruzeiro “Diamond Princess” atingiu 64 casos neste sábado, incluindo um argentino. Cerca de 3.700 pessoas a bordo permanecem trancadas nas cabines.

Em Hong Kong, 3.600 pessoas sofreram o mesmo destino no cruzeiro “World Dream”, onde oito passageiros deram positivo.

Na China, a população ainda está chocada com a morte do médico Li Wenliang, oftalmologista de Wuhan, que alertou no final de dezembro o aparecimento do vírus, antes de contrair ele próprio e morrer em um hospital, nesta quinta-feira.

O médico foi acusado de espalhar boatos e acabou sendo repreendido pela polícia. Agora ele é um herói nacional diante das autoridades locais acusadas de esconder o início da epidemia.

Os trabalhadores dos centros médicos, saturados, ainda são muito vulneráveis ao vírus. Quarenta funcionários de um hospital universitário em Wuhan foram infectados em janeiro, de acordo com um estudo publicado na revista científica Jama.

Na tentativa de colocar a epidemia em perspectiva, a OMS indicou que 82% dos casos registrados são considerados leves, 15% graves e 3% “críticos”. No total, menos de 2% dos casos foram fatais.

À medida que a epidemia progride, a OMS procura um nome definitivo para o agente infeccioso que não estigmatiza nem a população chinesa nem Wuhan.

Na pendência de uma decisão, a China anunciou no sábado que a chamará provisoriamente de “nova pneumonia por coronavírus” e concederá o acrônimo no NCP inglês (para “nova pneumonia por coronavírus”).

Na Hungria, a polícia anunciou que havia desmantelado uma rede de dezenas de sites de notícias falsas que alegavam que vários húngaros haviam morrido devido ao novo coronavírus.

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