Obras de Mario Cravo Jr. espalhadas pela Orla da capital baiana estão degradadas e são alvo de vandalismo

 Obras de Mario Cravo Jr. espalhadas pela Orla da capital baiana estão degradadas e são alvo de vandalismo

Logo na entrada do Parque de Pituaçu, as obras de Mario Cravo Jr., 93 anos, se revelam. São centenas de peças do artista expostas nos 53 mil m² que compõem o Espaço Mario Cravo – Parque das Esculturas. Mal conservadas, todas têm sinais de ferrugem, algumas estão sujas, com peças faltando ou até pichadas, situação que o artista, agora, luta para reverter. Hoje, por exemplo, ele promete ir à TV para fazer um apelo por seu acervo.

Espalhadas pela área verde, a maioria ao redor da lagoa, muitas obras estão cobertas pelo mato e quase não dá para vê-las. Algumas, destruídas, alvo também de vandalismo, têm sido levadas de volta para a oficina que funciona no parque, com quatro funcionários da Fundação Mario Cravo.Mesmo com idade avançada, Cravo ainda vai ao parque com regularidade e acompanha a situação das suas peças, que parecem abandonadas. Quem passeia por ali, não gosta do que vê. É o caso da servidora pública Constança Queiroz, que reclama da falta de atenção ao acervo do artista. “Você percebe que não existe o cuidado que deveria ter. As esculturas estão abandonadas aqui”, afirmou.

“Estive aqui há três meses e continua igual, cheio de mato, com peças descuidadas”, emendou o corretor de imóveis Marco Santana.Ao todo, são 1,2 mil obras de Cravo Jr. dentro do parque ou pela orla de Pituaçu. A maior parte, no entanto, não está ao ar livre. Elas ficam em um prédio, sede de um museu e uma biblioteca, que está fechado. Lá, mesmo guardadas, também não há manutenção.

Para evitar que tudo seja perdido, o Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural da Bahia (Dimus/Ipac) começou a analisar as 800 peças que pertencem ao governo do estado para que elas sejam retiradas do espaço. Doadas ao parque em 1994, devem ir ainda este ano para o Palacete das Artes, na Graça, espaço com estrutura para conservá-las.

O Ipac informou que faz a manutenção das peças, mas não informou há quanto tempo e por que o local está fechado. Procurado, o Instituto do Meio Ambiente (Inema), que administra o parque, não se pronunciou.

As outras 400 obras foram emprestadas, em regime de comodato, nos anos 90. Após 10 anos sob responsabilidade do Estado, hoje pertencem ao artista. “Não sei o que vamos fazer, não temos onde colocar”, explicou Ivan Cravo, filho do artista. Ele também prefere que as obras fiquem em Pituaçu. “O ideal é que ficassem lá, afinal é um lugar que a população frequenta. Escolas visitavam, havia oficinas, era lindo”. Com informações Correio.

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