Odebrecht pagou R$ 128 milhões ao PT em propina, aponta Lava Jato
A nova fase da Operação Lava Jato, a Omertà, centra as investigações sobre o ex-ministro Antonio Palocci e aponta que ele tratava com a empreiteira Odebrecht assuntos relacionados a pelo menos quatro diferentes esferas da administração pública federal. De acordo com a força-tarefa, planilha apreendida durante a operação mostra que entre 2008 e o final de 2013 foram pagos mais de R$ 128 milhões ao PT e seus agentes, incluindo o exministro Palocci.
De acordo com o delegado da PF, Filipe Pace, a planilha especial encontrada na Odebrecht faz referência a Palocci como “italiano” e diz que o ex-ministro “era uma verdadeira conta corrente que a Odebrecht tinha com o Partido dos Trabalhadores”. Os repasses eram orquestrados por Palocci.
Diante dos indicativos, o juiz Sergio Moro, da 13ª Vara Federal de Curitiba, decretou o bloqueio de até R$ 128 milhões em recursos das contas bancárias do ex-ministro Palocci, dos assessores do petista Juscelino Dourado e Branislav Kontic e de duas empresas investigadas na 35ª fase da Lava Jato. O valor diz respeito ao montante que o Setor de Operações Estruturadas da Odebrecht, conhecido como a central de propinas da empreiteira, teria pago ao PT de 2008 a 2013.
Foram cumpridos nesta segunda-feira, 26 de setembro de 2016, três mandados de prisão temporária, além de 15 mandados de condução coercitiva e 27 de busca e apreensão, destinados a aprofundar investigações sobre a prática de crimes de organização criminosa, lavagem de dinheiro e corrupção no âmbito da Operação Lava Jato.