OMS declara coronavírus emergência global diante de potencial de disseminação

 OMS declara coronavírus emergência global diante de potencial de disseminação

Vírus, que já matou 171 pessoas na China, espalhou-se para ao menos 16 países em menos de um mês

A OMS (Organização Mundial de Saúde) declarou na tarde desta quinta (30) que a epidemia de coronavírus é uma emergência de saúde internacional. Com isso, a entidade reconheceu que o vírus representa um risco não só na China, onde ele surgiu no fim de 2019, mas no mundo todo.

A declaração serve como um aviso para todos os Estados membros das Nações Unidas de que o órgão máximo de saúde no mundo considera a situação séria. 

“Nós precisamos agir agora para ajudar outros países a se preparar para a possibilidade da entrada do vírus”, disse Tedros Adhanom, diretor-geral da OMS. “A razão para a declaração não é pelo que está acontecendo na China, mas pelo que acontece nos outros países.” 

A decisão foi tomada depois do aparecimento de casos de infecções em pessoas que não viajaram para a China, como nos EUA, na Alemanha e no Japão.

A OMS já declarou emergência de saúde internacional durante o surto de H1N1 em 2009, de pólio em 2014, de zika em 2016 e de ebola em 2014 e em 2019.

Segundo Adhanom, a declaração visa evitar a expansão da doença. A principal preocupação é que países com sistemas de saúde mais frágeis e despreparados sejam afetados pelo coronavírus. 

O diretor da OMS afirma que não há necessidade de medidas adicionais que restrinjam movimentação e comércio internacional.

Didier Houssin, coordenador do comitê de emergência da OMS, afirmou que a declaração de emergência internacional fará com que a OMS possa questionar algumas decisões recentes tomadas por diversos países, como fechamento de fronteiras, restrições de viagens, como negação de vistos e quarentena de viajantes em boas condições

“Por que o país tomou essa decisão? Quais são os sinais para ter tomado a decisão? Poderia reconsiderar a decisão?”, diz Houssin. “Tais medidas não podem ser um exemplo a ser seguido, mas uma decisão a ser reconsiderada.”

Os países estão legalmente obrigados, de acordo com as regulações internacionais de saúde de 2005, a prover informações científicas que justifiquem medidas que interfiram significativamente com o tráfego internacional, tais como restrições de entrada no país de viajantes internacionais.

Segundo Adhanom, as recomendações da OMS quanto ao coronavírus são mais importantes do que a declaração de emergência global. 

O coronavírus chinês surgiu pela primeira vez no fim do ano passado em Wuhan, na China. A OMS (Organização Mundial da Saúde) foi notificada no dia 31 de dezembro 2019 sobre um surto de pneumonia de causa então desconhecida. 

Até esta quinta (30), mais de 8.200 pessoas já foram infectadas em pelo menos 15 países e 171 morreram, todas na China. “Precisamos nos lembrar que são pessoas, não números”, disse Adhanom. 

Não há registros de pessoas infectadas no Brasil, embora o Ministério da Saúde esteja investigando nove casos suspeitos, segundo informações divulgadas na quarta (29).

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