Onde você pode investir o dinheiro do seu 13º salário

Pode comemorar a grana extra. Hoje (30) é o último dia para receber a primeira parcela do 13º salário, equivalente à metade do salário de outubro, sem descontos de Imposto de Renda e INSS. A próxima parcela chega até 20 de dezembro.

Ainda não sabe o que vai fazer com esse dinheiro? Se você tem dívidas, a prioridade é quitá-las. Se não, essa é a oportunidade perfeita para começar um investimento sem apertar demais o orçamento.

A aplicação pode servir para montar uma reserva de emergência, um dos itens básicos da lista de passos para quem quer ter uma vida financeira saudável. Esse é um dinheiro para você ter disponível se acontecer algo inesperado, como um problema de saúde ou a perda do emprego.

Se você já tiver uma reserva, investir o 13º salário pode servir para realizar um sonho, como uma viagem ou a compra de algo que você queira muito. Mesmo que o dinheiro ainda seja insuficiente, o 13º salário vale como incentivo para continuar poupando depois.

Escolha uma aplicação financeira segura, que renda mais que a poupança. A seguir, EXAME.com mostra três opções de investimentos:

Tesouro Selic

O Tesouro Selic é um título público vendido pelo Tesouro Direto, a plataforma pela qual você empresta dinheiro ao governo, e é remunerado por isso. Esse é o investimento preferido de muitos consultores financeiros para substituir a poupança e permite aplicações a partir de 30 reais.

Como o próprio nome diz, ele paga uma remuneração equivalente à Selic, a taxa que serve de base para os juros praticados no país. Ou seja, se investir agora, você terá uma rentabilidade garantida de 14% daqui a um ano.

Esse é o título do Tesouro Direto mais indicado para quem deseja ter a possibilidade de resgatar o dinheiro aplicado a qualquer momento, em uma emergência. Isso porque o investidor não perde dinheiro se vender o título e resgatar o dinheiro antes do seu prazo de vencimento, em 2021.

“Diferentemente de outros títulos do governo, cujos preços de venda estão sujeitos à volatilidade do mercado, o Tesouro Selic sempre paga a taxa básica de juros”, explica o professor de economia do Ibmec do Rio de Janeiro Daniel Sousa, coordenador dos cursos de extensão.

Essa é a aplicação financeira mais segura que existe no Brasil, pois o risco de levar calote do governo é baixíssimo. O investidor pode comprar e vender títulos sozinho, pela plataforma do Tesouro Direto. Mas para isso, precisará abrir uma conta em uma corretora de um banco ou independente.

Os custos de investir no Tesouro Direto incluem uma taxa de custódia de 0,3% ao ano, obrigatória em qualquer banco ou corretora, e mais uma taxa de corretagem, que varia entre zero e 2% ao ano, conforme a instituição.

Quanto menos dinheiro o investidor aplica, mais essa taxa interfere na rentabilidade. Por isso, procure as instituições que não cobram taxas de corretagem. Confira as taxas cobradas por cada corretora no site do Tesouro Direto e veja o passo a passo para investir.

Lembre-se de que há cobrança de Imposto de Renda sobre o rendimento dos títulos, conforme o tempo que o investidor permanecer com eles. A alíquota varia entre 22,5% (para resgates em até 180 dias) e 15% (para resgates depois de 721 dias). Ou seja, vale a pena deixar o dinheiro aplicado por mais de dois anos para pagar menos imposto.

Fundo DI

Ao investir em um fundo DI, você entrega seu dinheiro a um gestor de um banco ou de uma corretora e ele faz as escolhas de investimento por você. Nesse caso, ele aplicará somente em títulos do Tesouro Direto e de bancos.

As principais vantagens de investir em um fundo DI são a praticidade de ter alguém fazendo escolhas por você e a liquidez, já que ele permite resgatar o dinheiro imediatamente, a qualquer momento.

Mas é preciso prestar atenção às taxas de administração, que podem ser bem altas, principalmente se você investe pouco dinheiro. Com isso, no fim das contas, os fundos DI podem ter rentabilidade bem menor do que o Tesouro Selic.

“A diferença de rentabilidade desse tipo de fundo de um uma instituição para outra acontece basicamente por causa da taxa de administração, que varia muito. Procure um fundo que cobre menos que 0,5% ao ano”, aconselha o especialista em investimentos Luciano Tavares, CEO da consultoria Magnetis.

É importante lembrar que, com a mudança nas regras de classificação dos fundos promovida pela Anbima (associação de entidades de mercado) em 2015, os fundos DI deixaram de ter uma denominação própria. Com isso, eles foram incorporados à classe de fundos de renda fixa.

As próprias gestoras puderam determinar para qual subcategoria os fundos DI iriam. A maioria foi para “Fundos de Renda Fixa Duração Baixa Soberano” ou “Fundo de Renda Fixa Duração Baixa Grau de Investimento”.

Também é preciso lembrar que, ao investir em fundos DI, há cobrança de Imposto de Renda, que varia de 22,5% a 15%, conforme o tempo da aplicação.

CDB

Da mesma forma que ao comprar um título do Tesouro Direto você empresta dinheiro ao governo, ao comprar um Certificado de Depósito Bancário (CDB), você empresta dinheiro ao banco.

Os CDBs pagam como remuneração a taxa DI (CDI). Essa taxa é popularmente conhecida como a Selic das instituições privadas, pois sua variação acompanha a Selic (atualmente em 14% ao ano). Só que os bancos podem pagar mais ou menos do que 100% da taxa DI.

A dica é procurar fundos que paguem mais do que 100% da taxa DI, normalmente encontrados fora dos grandes instituições, em bancos médios. “Nesse caso, o CDB é mais vantajoso que o Tesouro Selic”, orienta Luciano Tavares, da consultoria Magnetis.

No entanto, essas não são as opções normalmente ofertadas para quem investe menos de 1.000 reais. Além disso, nem todos os CDBs oferecem liquidez diária, ou seja, permitem o resgate do valor investido a qualquer momento.

Para incentivar que seus clientes comprem CDBs, os bancos não cobram taxas de administração. Os CDBs também são tributados pela tabela regressiva do Imposto de Renda.

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