Oposição reage à prisão de Bolsonaro com protestos e ameaça de obstrução no Congresso
A decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), que determinou a prisão domiciliar do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), gerou forte reação entre parlamentares da oposição. Líderes e deputados aliados ao ex-chefe do Executivo anunciaram protestos e prometeram iniciar uma estratégia de obstrução nas votações do Congresso Nacional como forma de pressionar o Judiciário e o governo federal.
A oposição classifica a prisão como um ato político, alegando perseguição por parte do Supremo Tribunal Federal. “Estamos diante de uma escalada autoritária. Não vamos aceitar calados”, afirmou um deputado bolsonarista. Os parlamentares também criticaram o uso da tornozeleira eletrônica e a restrição de comunicação imposta ao ex-presidente, considerada por eles uma “medida desproporcional”.
Além dos discursos inflamados em plenário, os opositores articulam ações institucionais, como requerimentos de convocação de ministros do STF, além de entraves regimentais para impedir o avanço da pauta legislativa nos próximos dias. A ideia é paralisar votações relevantes até que a decisão seja revista.
A base governista, por sua vez, minimiza os protestos e afirma que o Supremo apenas cumpriu seu papel constitucional diante de reiteradas violações de medidas cautelares por parte de Bolsonaro. Já líderes de partidos do centro pedem cautela e diálogo para que a crise institucional não se agrave.
A tensão política se intensifica em um momento delicado para o país, com debates importantes previstos para o segundo semestre no Congresso, incluindo reformas e projetos de impacto fiscal. O impasse entre Judiciário e parte do Legislativo acende um alerta sobre o equilíbrio entre os poderes e os rumos da democracia brasileira.
