Otto Alencar nega que esteja para perder comando do PSD
O presidente do PSD na Bahia, senador Otto Alencar, negou que haja uma “trinca” na relação com o presidente nacional do partido, Gilberto Kassab, atual ministro da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações.
Os rumores surgiram após o político baiano e aliado do governador Rui Costa ter repetido o seu voto contrário ao impeachment da presidente Dilma Rousseff, na última terça-feira (9). Segundo o pessedista, a possibilidade de que ele possa perder o comando da sigla é inexistente.
“O PSD fechou que a votação seria pelo impeachment. Mas em nenhum momento ele me ameaçou. O que houve foi que conversamos, ponderei com ele. Temos uma relação muito boa. Os outros senadores apoiam o impeachment e isso não me causa nenhum desconforto”, explicou, informando que a executiva nacional agendou outra reunião para esta próxima quarta.
Alencar não quis dizer se manterá o voto a favor da presidente afastada no julgamento final, que está marcado para o dia 25, ressaltando que tomará a decisão “apenas quando o momento exigir”. “Só vou tomar a minha decisão na hora do voto, não vou antecipar. Temos ainda duas semanas para debater e discutir”, disse, negando que haja alguma espécie de conflito com o governo estadual.
“Volto a dizer que não há dificuldade com Kassab nem com o grupo político que está no poder na Bahia. Com o ex-governador Jaques Wagner, ou com o governador Rui Costa. Os senadores da bancada do PSD e do PT até questionam a minha discordância com o partido”, asseverou.
Com 59 votos a favor e 21 contra, Dilma Rousseff tornou-se réu perante o Senado. O resultado sepultou definitivamente as últimas esperanças alimentadas pela cúpula petista e pela presidente, que já estaria articulando a própria mudança.
“O que há é que todos sabem que a presidente não terá votos suficientes para voltar, e se voltasse, ela teria muita dificuldade para governar, já que não tem maioria no Congresso. Ela mesma já sabe, disse que vai passar oito meses fora e que providenciaria a mudança para Porto Alegre”, confirmou Alencar.
O senador fez questão de ressaltar que continua acreditando na improcedência do processo de impeachment, e que acredita na inocência da petista. “Votei em Dilma, apoiei, e tenho certeza que ela não cometeu crime algum. Ela é uma mulher que tem uma história de luta pela democracia e é honesta”, frisou, mostrando-se preocupado com a conjuntura política brasileira, que classificou como “sem precedentes”.
“O Brasil está mergulhado em uma crise sem precedentes. Ao longo da minha trajetória, enfrentei muitas crises, e nunca vi nada parecido. Você olha para os lados e não vê uma saída. Defendo os interesses do povo, independente de qualquer posicionamento ideológico”, assegurou.
