País não pode fazer ‘revisionismo histórico’ do golpe de 64

 País não pode fazer ‘revisionismo histórico’ do golpe de 64

Seis partidos de oposição ao governo divulgaram manifesto, neste sábado (30), em que “repudiam a convocação pelo presidente da República de atos de desagravo ao regime militar e aos piores algozes da democracia produzidos naquele período”.

“Os partidos políticos abaixo signatários manifestam sua perplexidade com a desfaçatez com que o Presidente da República, Jair Bolsonaro, adota como chefe de Estado, ao arrepio da Constituição e da Lei, o discurso de louvação desse regime de exceção que marcou sua atuação como parlamentar e candidato”, diz parte do texto, assinado pelos presidentes do PT, Gleisi Hoffmann; do PCdoB, Luciana Santos; do PDT, Carlos Luppi; do PSB, Carlos Siqueira; do PSOL, Juliano Medeiros; e pelo secretário-geral nacional do PCB, Edmilson Costa.

As legendas ainda destacam que não aceitam “que qualquer instituição da República promova o revisionismo histórico e negligencie a verdade dos fatos que a sociedade brasileira pacientemente veio construindo nos anos de democracia que se sucederam ao regime de exceção, cujo ápice se encontra no relatório da Comissão Nacional da Verdade que concluiu seus trabalhos em 2014.”

Os líderes políticos também afirmam que, com o golpe militar, teve início um “regime autoritário que suprimiu liberdades e direitos civis e políticos, massacrou a oposição, perseguiu, sequestrou, torturou, matou e desapareceu com os corpos de militantes da resistência democrática.”

Defesa do regime

Na semana passada, Bolsonaro voltou a afirmar que não houve golpe militar no Brasil, chegando a ordenar ao Ministério da Defesa que promovesse as “comemorações devidas” ao período, que iniciou-se em 31 de março de 1964.

Depois, justificou dizendo que a intenção era de “rememorar”, e não comemorar o golpe. “Não foi comemorar, foi rememorar, rever o que está errado, o que está certo e usar isso para o bem do Brasil no futuro”, afirmou.

O impasse foi parar na Justiça. No sábado (29), a juíza Ivani Silva, da Justiça Federal de Brasília, acatou pedido da Defensoria Pública da União e barrou qualquer manifestação em comemoração ao golpe. Ontem (30), no entanto, a desembargadora Maria do Carmo Cardoso, do Tribunal Regional Federal da 1ª Região, atendeu ao pedido da Advocacia-Geral da União e derrubou a proibição.

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