Papa Francisco morre aos 88 anos

 

O Vaticano anunciou nesta segunda-feira (21) a morte do Papa Francisco, aos 88 anos. Nos primeiros meses deste ano, ele havia sido internado no hospital Gemelli, em Roma, devido a uma infecção polimicrobiana. O pontífice enfrentou uma crise respiratória asmática prolongada, necessitando de transfusão de sangue e oxigênio em altas concentrações.

Gravemente enfermo, Francisco chegou a duvidar de sua recuperação. Segundo o site Politico, duas pessoas próximas a ele relataram que o Papa teria dito: “Talvez não consiga sobreviver desta vez”. No entanto, ele recebeu alta e fez sua última aparição pública no Domingo de Páscoa (20).

Em comunicado oficial, o cardeal Farrell declarou: “Com profunda tristeza, anunciamos o falecimento do Santo Padre Francisco, que retornou à casa do Pai às 7h35 desta manhã. Sua vida foi dedicada ao serviço de Deus e da Igreja, inspirando-nos com seu amor pelos mais pobres e marginalizados. Encomendamos sua alma à misericórdia divina.”

O funeral será realizado no Vaticano, seguindo os ritos católicos, mas ainda não há data definida para o conclave que elegerá o sucessor.

Saúde debilitada e internação

Antes da hospitalização, Francisco já apresentava dificuldades respiratórias. Em fevereiro, durante uma missa, precisou interromper a leitura de um discurso: “Peço desculpas, mas estou com falta de ar”, justificou. Dias depois, voltou a pedir ajuda devido a uma gripe forte.

Internado, foi diagnosticado com pneumonia grave. O Vaticano informou que a infecção, agravada por bronquiectasia e asma, exigiu tratamento intensivo com antibióticos e cortisona.

Renúncia e legado

Em 2022, Francisco revelou ao jornal ABC que havia assinado uma carta de renúncia condicional, a ser acionada caso sua saúde o impedisse de governar. “Deixei com o secretário de Estado: se algo me incapacitar, aqui está minha renúncia”, disse.

Nascido na Argentina, Jorge Mario Bergoglio tornou-se o primeiro papa latino-americano em 2013, marcando seu pontificado com reformas financeiras, combate a abusos na Igreja e defesa dos pobres. Sua visita ao Brasil, em 2013 para a Jornada Mundial da Juventude, reuniu 3,5 milhões de fiéis em Copacabana.

Como será a escolha do novo Papa?

O conclave seguirá as regras estabelecidas desde o século XI, com votação secreta na Capela Sistina. Os 120 cardeais eleitores (entre 222 no total) precisarão de maioria de dois terços. A fumaça branca indicará a escolha do sucessor, que pode ser qualquer cardeal – sem favoritos definidos.

Bergoglio deixa um legado de modernização e diálogo, com ênfase em justiça social e ecumenismo. Sua morte encerra um capítulo histórico para a Igreja Católica.