Para maior eficácia, seria necessária aplicação de 1ª dose da vacina contra dengue no inverno
Até agosto de 2016, foram 62.136 casos de dengue, segundo site Bahia Notícias. Mas este número é 15,4% maior do que o registrado no mesmo período de 2015, 53.842 casos. Uma das alternativas para contornar o problema seria a imunização com a primeira vacina para dengue, aprovada em dezembro de 2015 pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) (clique aqui).
No entanto, infectologistas advertem que, para um melhor resultado no período de maior incidência da doença, seria necessária a aplicação da primeira dose no inverno. “Quando você aplica a primeira dose no inverno, a segunda dose vai ser no verão. A segunda dose deixa a pessoa mais preparada para o momento do surto, que é geralmente nessa época”, explicou Sheila Homsami, diretora médica da Sanofi Pasteur, responsável pelo desenvolvimento da vacina. A imunização reduz em dois terços a possibilidade de contrair a doença e em 93% os casos graves. Sua eficácia sobe para 82% em caso de pessoas que já tiveram a doença, que são também as mais suscetíveis à evolução para um caso grave. “A gente não veria praticamente mais ninguém morrendo de febre hemorrágica da dengue, por exemplo. Isso seria bastante interessante do ponto de vista da saúde pública”, avaliou em entrevista.
De acordo com a profissional, foram 20 anos de pesquisa para desenvolvimento da vacina, que protege contra os quatro tipos de vírus da dengue. “A gente fez um acordo com uma companhia americana chamada Acambis, que ajudou a gente no processo de tecnologia de DNA recombinante”, explicou a diretora médica. “Os estudos foram feitos em 15 países diferentes, com participação de 40 mil pessoas. A gente concluiu as últimas fases da pesquisa em 2014. Só nessa fase três, a gente envolveu 30 mil pessoas”.
Ministrada em três doses com intervalo de seis meses, a vacina é recomendada pela Organização Mundial de Saúde (OMS) e pela Sociedade Brasileira de Imunologia para áreas em que a doença é endêmica. Até o momento, apenas o Paraná realizou imunização pública com a substância. De acordo com Sheila, o Governo Federal ainda não decidiu sobre a implementação da vacina, mas é provável que aconteça. Questionada sobre o tema, a Secretaria da Saúde da Bahia (Sesab) informou que aguarda um posicionamento do Ministério da Saúde sobre a compra e aplicação do imunizante. Na rede particular, a vacina já está disponível por até R$ 138, segundo determinação da Anvisa