Partidos de centro articulam federação para enfrentar ‘superfederação’ União Brasil-PP na Câmara

Em resposta à recente formação da federação entre União Brasil e Progressistas (PP), que se tornou o maior grupo da Câmara dos Deputados com 109 parlamentares, partidos de centro como MDB, Republicanos e PSD estão em negociações para criar uma nova federação partidária. A intenção é consolidar uma frente política robusta visando as eleições de 2026.
O presidente nacional do MDB, Baleia Rossi, e o presidente do Republicanos, Marcos Pereira, lideram as conversas para formalizar essa aliança. Embora o PSD, comandado por Gilberto Kassab, não esteja diretamente envolvido nas tratativas iniciais, há possibilidade de uma parceria informal com a nova federação.
Se concretizada, a federação entre MDB e Republicanos reuniria 89 deputados federais, tornando-se a segunda maior força na Câmara, atrás apenas da União Brasil-PP. A inclusão do PSD poderia ampliar ainda mais essa bancada.
No entanto, divergências regionais e internas representam desafios significativos para a consolidação da federação. Em estados como Rio de Janeiro, Minas Gerais e Bahia, os partidos envolvidos possuem alianças distintas, o que pode dificultar a unificação. Além disso, a postura de Gilberto Kassab em atrair membros de outras legendas gera desconfiança entre os dirigentes do MDB e do Republicanos.
Apesar dos obstáculos, as lideranças partidárias acreditam que a formação dessa federação é essencial para equilibrar as forças políticas no Congresso e fortalecer a centro-direita nas próximas eleições. A expectativa é que as negociações avancem nas próximas semanas, com a possibilidade de formalização da aliança ainda neste semestre.
A movimentação desses partidos indica uma reconfiguração no cenário político brasileiro, com o objetivo de criar blocos mais coesos e influentes no Legislativo. A formação de federações partidárias, previstas na legislação eleitoral, permite que os partidos atuem de forma unificada por, no mínimo, quatro anos, exigindo coerência programática e organização permanente.
Com a aproximação das eleições de 2026, a articulação dessas federações pode desempenhar um papel crucial na definição das candidaturas e na formação de alianças políticas em todo o país.