Pesquisa aponta que o índice de pessoas que voltam a engordar após bariátrica chega a 20%
A obesidade é um problema global que atinge mais de 300 milhões de adultos, sem levar em consideração os que estão com sobrepeso.
No Brasil, a doença afeta cerca de 18% das mulheres e 13% dos homens, segundo relata o cirurgião do aparelho digestivo e especialista em cirurgia da obesidade Dr. Giorgio Baretta. E, por isso, muitos recorrem à cirurgia bariátrica. Só em 2015 foram realizadas cerca de 3,5 mil cirurgias, o que deixa os brasileiros na segunda colocação da população que adere ao procedimento.
Entretanto, de acordo com o especialista, o problema não acaba com a intervenção, pois entre 10% a 20% dos pacientes voltam a ganhar peso com o passar dos anos, aumentando as chances de doenças associadas à obesidade como diabetes, hipertensão arterial, dislipidemia (aumento do colesterol e triglicerídeos), apneia do sono e artropatias. “Além disso, ficam mais suscetíveis a sofrer com baixa autoestima e problemas psicológicos ou psiquiátricos”, complementa.
Os motivos podem ser vários: maus hábitos dietéticos como a ingestão abusiva de doces e álcool, o sedentarismo, a má escolha da técnica cirúrgica pelo paciente ou pelo cirurgião e o rápido esvaziamento dos alimentos do novo estômago pela dilatação ou confecção maior da anastomose gastrointestinal (costura entre o estômago novo e o intestino desviado).
Para evitar tal retrocesso, Barreta recomenda que o paciente tenha um bom acompanhamento nutricional e psicológica ou psiquiátrica no pré-operatório, bem como o incentivo à atividade física e que eles mantenham o contato com a equipe multidisciplinar após a bariátrica.