PF prende oito integrantes de quadrilha que fraudava benefícios do INSS
Agentes da Polícia Federal efetuaram a prisão de oito integrantes de uma quadrilha especializada em fraude benefícios trabalhistas e previdenciários. Ao todo, a Justiça Federal expediu 31 mandados na Operação Melaço, dos quais 13 de prisão preventiva e 18 de busca e apreensão. Segundo a delegada da PF, Denise Dias, os cinco mandados de prisão restantes devem ser cumpridos ao longo do dia.
A ação foi realizada na manhã desta quarta-feira (23) nos municípios de Ipiaú, Ibirataia, Valença, Prado, Porto Seguro, Itamaraju e Santa Cruz Cabrália, no sul baiano. O prejuízo gerado pela organização ao Ministério do Trabalho (MT) é estimado em R$ 17 milhões. A investigação estimou que aproximadamente R$ 5,5 milhões fossem desviados pelo grupo. A Previdência Social identificou 60 benefícios fraudados e um prejuízo de R$ 1 milhão. A economia com os seguros identificados como suspeitos que serão revisados deve chegar a R$ 2 milhões.
Conforme os investigadores, a organização criminosa contava com a participação de técnicos em contabilidade, aliciadores e atendentes do Serviço Nacional de Empregos na Bahia (Sinebahia), os quais atuavam de forma coordenada há mais de 10 anos. Entre os presos, que não tiveram os nomes revelados, há um contador do município de Ipiaú e dois atendentes do Sinebahia. Os suspeitos responderão aos crimes de associação criminosa, estelionato, peculato e corrupção passiva.
A organização usou cerca de 200 empresas ao longo dos anos de atuação fraudulenta. Os investigadores apontaram ainda que “laranjas” eram usados para o saque dos recursos, mas a maioria não tinha conhecimento que era “beneficiada”.
Segundo o procurador da República, Flávio Matias, a situação irregular foi percebida há cerca de um ano, quando servidores do MT perceberam um grande número de fraudes com o mesmo perfil na Bahia e a PF e a Previdência foram acionadas para trabalhar em conjunto.
