Planalto resiste em mudar articulação política mesmo com derrota no Congresso

 Planalto resiste em mudar articulação política mesmo com derrota no Congresso

Brasília (DF), 27.03.2023- O ministro de Relações Institucionais, Alexandre Padilha, fala com a imprensa após reunião no Palácio da Alvorada. Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom/Agência Brasil

Mesmo após a primeira derrota expressiva do governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na Câmara dos Deputados e diante da crescente coação por agilidade na liberação de emendas parlamentares e nomeações de indicações políticas em cargos do Executivo, tende a não mudar a articulação política com o Congresso Nacional o Palácio do Planalto, conforme circula nos corredores do Palácio Nacional.

Lula foi eleito presidente contando com uma pequena base de parlamentares de esquerda no Congresso, cerca de um quarto das cadeiras. Com isso, tem buscado aproximação e alianças com partidos de centro e de direita, mas há ainda muita insatisfação e ameaças de rebelião, conforme a Folha de S.Paulo.

Parlamentares criticam, principalmente, a atuação dos ministros Alexandre Padilha (Secretaria de Relações Institucionais) e Rui Costa (Casa Civil) na articulação política.

Auxiliares de Lula, no entanto, afirmam que uma reforma ministerial está descartada neste momento.

O próprio presidente da República sinalizou que não fará mudanças em sua gestão, embora tenha cobrado de Padilha publicamente na quinta (4) durante reunião do Conselhão, Lula disse neste sábado (6) que “em hipótese alguma” cogita mexer na equipe.

“O Padilha é o que o país tem de melhor na articulação política”, afirmou o presidente em Londres, onde acompanhou a festa para a coroação de Charles 3º.

Dentro do PT, no entanto, há lideranças que defendem um tom mais incisivo do presidente para cobrar fidelidade. Segundo eles, partidos com representação na Esplanada dos Ministérios têm responsabilidade com o governo.

A derrubada de trechos de decretos que alteram o Marco do Saneamento, a primeira derrota do governo em votação no plenário, se deu por 295 votos a 136, e teve apoio quase total de partidos como MDB, União Brasil e PSD, com políticos que indicaram representantes de nove ministérios da Esplanada.

No rol, caso não acha consenso ou mudanças, conforme a derrota na última quarta-feira evidenciou, á uma fila de derrotas a ser aplicada ao Planalto num momento em que projetos prioritários para o Executivo estão prestes a ser votados, caso das primeiras MPs (medidas provisórias) do governo e do novo arcabouço fiscal.

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