PMs se recusam a trabalhar sem EPIs em Salvador e são ameaçados de prisão
Cerca de 40 soldados da turma da 1ª CIA do Grupo Especializado de Policiamento de Perímetro de Segurança (GEEPS), da Polícia Militar, se recusaram a seguir o trabalho por falta de equipamentos de proteção e foram ameaçados de prisão. De acordo com o relato de um policial que estava no curso, nesta quinta-feira (4), a turma informou que não havia como seguirem com o trabalho, já que faltavam Equipamentos de Proteção Individual (EPI), mas o tenente responsável pela CIA disse que seriam colocados patrulhas ao invés de duplas e trios.
“Dessa forma a doutrina de eventos permitiria a atuação sem o referido colete. Afirmou também que, se não deslocássemos, seríamos presos por ‘greve’. Porém também não há capacete e tonfa, de modo que não deslocamos”, continuou o policial. O relato tem circulado via WhatsApp, acompanhado de declarações do deputado estadual Soldado Prisco (PSDB), que critica a “cultura da subserviência” na PM e o desrespeito aos praças. Em contato com o Bahia Notícias nesta sexta (5), o parlamentar afirmou que o governo do estado não comprou os equipamentos necessários à segurança dos policiais.
“O governo do estado quer colocar tropa na rua para fazer segurança de Olimpíada sem condição nenhuma de trabalho, que é o EPI, o colete e o armamento. Quer colocar cerca de 500 policiais na rua sem armamento. E os coroneis se utilizaram de regulamento para irem na rua”, declarou Prisco. De acordo com o coordenador da Aspra, associação que representa os praças, uma equipe jurídica da instituição foi chamada pelos policiais para acompanhar a situação. Ainda nesta sexta a associação deve entrar com uma representação no Ministério Público para denunciar a situação. “Vamos fiscalizar as condições de trabalho dos policiais. Vamos voltar à rua hoje para fotografar os policiais sem colete e sem armamento”, acrescentou.