Pojuca: Vereadores não abrem sessão e irritam população que pedia a revogação do reajuste salarial
Na noite desta quinta-feira (24), a Câmara de Vereadores de Pojuca, na Região Metropolitana de Salvador, recebeu dezenas de pessoas que foram até à casa legislativa, com o objetivo de que os edis revogassem o aumento salarial, aprovado no dia 12 de setembro de 2016, pela lei 03/2016.
Durante toda a semana as pessoas se manifestavam nas redes sociais e nas ruas, não concordando com o reajuste, que embora seja constitucional, para a população é inaceitável e inconcebível e imoral.
A sessão teve o seu início muito conturbado. Os moradores que ocupavam o Plenário da Câmara, aguardavam ansiosamente pelos vereadores, que foram chegando aos poucos. Porém, ficaram surpresos com o anúncio do presidente da casa, o vereador Silas Carvalho, de que não havia quórum, para o início dos trabalhos.
No momento, apenas quatro vereadores marcavam presença, o que inviabiliza a abertura das sessões. Apenas os vereadores Rener Oliveira, Zelito Grilo e Gal da Maternidade, além do próprio presidente, registravam presença.
Contudo, se descobriu que na parte interna da casa, ou seja, em uma sala de espera, haviam mais vereadores, como: Fábio das Vírgens, Neném, e Cezinha Laudano. E não demorou muito, todos os vereadores estavam presentes.
Questionado sobre a possibilidade de reabertura da sessão, o presidente informou que seria impossível, por ferir o regimento interno da casa. Sendo preciso assim uma sessão extra-ordinária, o que demandaria tempo. Não poderia ser feita hoje.
O vereador Nenem por sua vez, informou que estava disposto a apresentar as justificativas para o aumento, e que o mesmo estaria amparado pela Constituição Federal, e que não aprová-lo implicaria em descumprimento à legislação. Porém, devido à exaltação das pessoas não havia condições.
Perguntado sobre a “moralidade” do reajuste, tanto Nenem, quanto Silas e o vereador Fábio das Vírgens, foram enfáticos em afirmar, que apenas cumpriram o que a lei determina.
Por outro lado as pessoas que foram manifestar e pedir a revogação da lei, com cartazes e gritos de ordem, exigiam as presenças dos vereadores, e diziam não aceitar o desrespeito por parte, daqueles que segundo eles, são os representantes do povo e deveriam fazer jus ao cargo.
A professora Ieda Leones conhecida por militar sempre em favor das causas populares, muito irritada, gritava dizendo: “Isso é uma afronta, é um desrespeito ao contribuinte, ao trabalhador, que saiu de suas casas e querem ser ouvidos.” Dizia Ieda.

O jovem estudante Johenes Oliveira, também muito irritado e indignado, não aceitava o aumento para os vereadores, prefeito e vice-prefeito, a partir de janeiro de 2017, e afirmava que o reajuste salarial até e constitucional, mas é uma imoralidade.

De acordo com a Lei 03/2016, a partir de janeiro os vereadores receberão salários no valor de R$ 7.582,50. O prefeito perceberá um salário de R$ 20.492,00, enquanto que o vice-prefeito terá em sua conta bancária mensalmente um salário de R$ 10.246,00.
Uma outra situação levantada e muito discutida durante os últimos dias e também hoje na Câmara de Vereadores, foram os salários dos funcionários. Que segundo os manifestantes e depois confirmada, no site do Tribunal de Contas dos Municípios, são os salários de alguns funcionários da casa. Há casos de vencimentos próximo aos R$ 11.000,00/Mês.
Segundo informações das pessoas na Câmara, e confirmado no site do TCM, a redatora de textos, que ocupa cargo efetivo na casa, tem seu salário no valor de R$ 6.950,00 (S. Base), mais vantagens no valor de R$ 1.737,73 e gratificação de R$ 3.475,46, totalizando R$ 12.164,12.
Já a diretora de secretaria tem salário no valor de R$ 6.607,35, vantagens de 3.054,71 e gratificação de R$ 2.000,00, totalizando R$ 11.662,06. Vale ressaltar que esses são cargos de confiança e que exigem ensino superior. Fonte: TCM.
A justificativa porém, não agrada àqueles que se dizem prejudicados ao longo do tempo, como é o caso dos professores. Essa categoria tem salários no município de Pojuca, que não alcançam R$ 1.800,00 (Salário Base).
E em um dos cartazes, foi colocado que o salário do professor deveria ser equiparado ao de vereador. Confira.

De acordo com informações dos “manifestantes”, será feita durante toda a semana uma mobilização na cidade, com o intuito de encher a casa legislativa, e forçar os vereadores a revogar a lei que reajusta os seus salários. (Pojuca Notícias)
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Fotos: Jorge Vieira