Polícia prende dono do Instituto Médico Cardiológico da Bahia

 Polícia prende dono do Instituto Médico Cardiológico da Bahia

A Polícia Federal prendeu na manhã desta sexta-feira (22), durante a operação Copérnico, o dono do Instituto Médico Cardiológico da Bahia (IMCBA). De acordo com investigações feitas pela PF em conjunto com a Controladoria Geral da União (CGU), o instituto faz parte de um esquema criminoso de desvio de verbas públicas destinadas à saúde, bem como fraudes em licitações, corrupção e lavagem de dinheiro.

Em coletiva realizada na sede da Polícia Federal, em Salvador, a chefe da Delegacia de Combate e Desvios de Recursos Públicos, Luciana Matutino Caires, explicou como funcionava o esquema. “Foi criada uma entidade, supostamente sem fins lucrativos, para administrar a saúde nos municípios baianos. Essa entidade demonstrou que, de fato, havia fins lucrativos, e nunca deveria ser considerada”, disse.

Ainda de acordo com a delegada, “junto a essa entidade existiam empresas verdadeiras e outras ‘fantasmas’, registradas em nome de laranjas – pessoas sem renda, de baixa escolaridade e beneficiárias do Bolsa Família”. Com isso, de acordo com a investigação, o instituto movia mais de R$ 750 milhões no período investigado, de 2012 a 2015.

O nome do empresário preso, dono o Instituto, não foi divulgado oficialmente pela Polícia Federal, alegando que o caso ainda corre em sigilo de justiça. Ele foi preso em Salvador e passa o dia prestando depoimento na sede da Polícia Federal, onde estão alguns advogados de defesa do empresário, o único preso na operação realizada nesta sexta-feira. A prisão é preventiva, portanto, não tem prazo.

A justificativa para a prisão do empresário foi o risco dele atrapalhar as investigações. De acordo com a delegada, várias testemunhas estavam sendo orientadas a não prestar depoimento e algumas até a viajar. Houve casos de ameaças, ainda segundo a delegada Luciana matutino.

Salvador

A Polícia Federal fez buscas em três Unidades de Pronto-Atendimento (UPAs) de Salvador, que eram administradas pelo instituto. No entanto, de acordo com a delegada, não há indícios de participação da prefeitura de Salvador no esquema.

Em nota, a Secretaria de Saúde afirmou que vem colaborando com as investigações. Leia a nota na íntegra:

A Secretaria de Saúde de Salvador vem colaborando há um mês com as apurações em torno do IMCB – Instituto Médico Cardiológico da Bahia, que venceu licitação e prestava serviço a três UPAS do município. Os esclarecimentos foram prestados ao Ministério Público Federal que basicamente arguiu sobre os contratos firmados com o Instituto. O IMCBA foi contratado após processo licitatório, cumprido todas as etapas exigidas e desenvolvia os serviços normalmente.

Vale ressaltar que toda a investigação se realiza numa empresa contratada através de licitação que poderá ser substituída a qualquer momento caso seja impedida por motivos legais. A Secretaria da Saúde de Salvador aguarda a conclusão das investigações.

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