Por dia, 800 venezuelanos entram no Brasil pela cidade de Pacaraima em Roraima

 Por dia, 800 venezuelanos entram no Brasil pela cidade de Pacaraima em Roraima

A gravíssima crise econômica, social e política da Venezuela produziu uma onda imigratória no Norte do Brasil. Todos os dias, chegam 800 venezuelanos ao estado de Roraima. Em Boa Vista, eles ainda dependem da ajuda de voluntários para ter o que comer.

Brincando de carrinho, jogando bola, fazendo graça para câmera. Poderia ser uma infância como a de qualquer criança, mas essas estão lutando contra a fome.

Iris mora na praça com os quatro filhos há um mês. O marido saiu atrás de emprego. Ela diz que, enquanto Maduro estiver no governo, não volta para a Venezuela.

“Não queremos Maduro”.

É um desespero atrás de comida. Um carro chegou para fazer doação, eles correm e formam fila. Vira uma correria.

“Escutem, tem comida para todos, para todo mundo tem comida”.

A pequena Valeria diz que está com fome.

Alciene passou a noite toda cozinhando.

“Se eles vieram até aqui, tem que ajudar, não vamos deixar esse povo morrer de fome e de sede”, diz a voluntária Alciene Alves

O agradecimento vem em forma de oração.

Outra fila se forma, dessa vez, na frente do restaurante.

José diz que não come nada desde domingo (18), e lembra que estava passando fome no país vizinho.

“Já estava passando fome”.

A dona do restaurante distribui as sobras das refeições.

“Eles estão assim numa situação que é desesperadora. Se todos pudessem fazer um pouquinho”, diz a dona do restaurante Ruth Baricelli.

Um pouquinho que faz muita diferença. No chão da praça, em Boa Vista, o que vale é comer, não importa como.

Por dia, cerca de 800 venezuelanos cruzam a fronteira com o Brasil pelo município de Pacaraima. Muitos, vão a pé até a capital. São 220 quilômetros.

A ajuda humanitária prevista pelo decreto de emergência social assinado pelo presidente Temer só deve começar na quinta-feira (22). O comandante do Exército de Roraima, que vai participar dessa força-tarefa, explicou como vai ser a operação.

“Todos os órgãos estarão representados e fazendo parte dessa força tarefa logística humanitária, que atuará diretamente em Pacaraima, recendo migrantes e depois os trazendo de maneira cadastrada para Boa Vista. A partir daqui, pelo planejamento, haverá a interiorização de alguns desses migrantes” explica o general Gustavo Dutra, comandante da Primeira Brigada de Infantaria e Selva de Roraima.

Todo o conteúdo deste portal é protegido por leis de direitos autorais. Para republicação ou uso, entre em contato com nossa equipe de suporte.