Prédio de luxo que complicou Geddel é motivo de briga há anos

O empreendimento imobiliário La Vue (“a vista”, em francês) já era motivo de polêmica muito antes de ganhar o noticiário nacional por ser apontado como pivô da demissão de Marcelo Calero do Ministério da Cultura.

Com cada apartamento, de 259m², avaliado em R$ 2,5 milhões em 2014, o projeto, previsto para ter 30 andares e 107 metros de altura, com vista privilegiada para a Baía de Todos os Santos, foi criticado por entidades e políticos locais.

 

Em agosto de 2015, a Associação de Amigos e Moradores da Barra dizia temer “danos à paisagem urbanística do local e possíveis agressões aos imóveis tombados na região”, informa O Globo.

 

O terreno fica próximo a locais como o Cemitério dos Ingleses, a Igreja de Santo Antônio da Barra e o Forte de São Diogo, e mesmo os prédios residenciais do seu entorno não ultrapassam os dez andares.
Presidente do Instituto de Arquitetos do Brasil, departamento Bahia (IAB-BA), Solange Araújo também se disse contra e afirmou que “estranhava” que a área de proteção ambiental da região não contemplasse justamente o terreno onde a construtora Cosbat pretende erguer o La Vue.

 

Convocadas, duas técnicas do Escritório Técnico de Licenças e Fiscalização (Etelf), composto por especialistas do Iphan e do Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural da Bahia (Ipac) e Sucom, atestaram que “a construção impacta, agride e tira a visibilidade de monumentos e áreas tombadas”. A pedido do IAB-BA, a obra acabou sendo embargada em dezembro do ano passado, e suas vendas impedidas.

 

“Ele disse: ‘Então você me fala, Marcelo, se o assunto está equacionado ou não. Não quero ser surpreendido com uma decisão e ter que pedir a cabeça da presidente do Iphan. Se for o caso eu falo até com o presidente da República'”, descreveu Calero, que afirma que a decisão do Iphan nacional, de autorizar a construção de até 13 andares apenas, foi puramente “técnica”.

 

No Twitter, Geddel havia acusado, em julho de 2015, o banqueiro Marcos Marianni de estar “assediando” vereadores de salvador para se posicionarem contra o empreendimento imobiliário. “O banqueiro Marcos Marianni tá assediando vereadores, pois ele se acha o dono da lad da barra”, ele disse na época, causando mal estar.

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