Prefeitura cria Serviço Especializado de Abordagem Social para identificar e acolher pessoas em situação de rua
Em dois meses de atuação, o Serviço Especializado de Abordagem Social (SEAS), criado pela Prefeitura de Lauro de Freitas, já realizou 159 atendimentos a pessoas ou famílias em situação de vulnerabilidade social, e que utilizam espaços públicos como meio de moradia ou de sobrevivência, além dos processos de acolhimento, busca ativa, visitas domiciliares, e encaminhamentos para o CRAS, centro de recuperação, restaurante popular e CAPS.
O SEAS é uma política pública que se propõe a identificar, acompanhar e mediar o acesso dessas pessoas à rede de proteção socioassistencial. Vinculado à Secretaria Municipal de Desenvolvimento Social e Cidadania (SEMDESC), atua com equipe multidisciplinar no trabalho de encaminhamento aos serviços da área da assistência social, saúde, educação e outras redes de proteção disponibilizadas pela Prefeitura de forma continuada, através do sistema de plantão e rondas sociais, 24h, de domingo a domingo e feriados.
A equipe conta com assistente social, psicólogo, pedagogo e profissionais de nível médio, como afirma o secretário da SEMDESC, Tito Coelho. “De modo pioneiro, o serviço foi implantado com intuito de ressignificar histórias. As abordagens buscam fazer o acolhimento de pessoas em extrema vulnerabilidade e inseri-las em diversos programas sociais, tirando das condições nas quais foram encontradas”.
A equipe também atua diante de calamidades públicas. Segundo o secretário Tito, o perfil de pessoas em situação de risco social, identificadas nas ruas, por exemplo, forma um grupo de vulnerabilidades heterogêneas.
“Temos um número relativamente grande de pessoas em situação de rua e estão nessa condição por vários aspectos. Dentre elas, dependentes químicos, indivíduos com relações familiares rompidas, desempregados e até aposentados. Quando a equipe da abordagem social identifica essas pessoas é necessário captar os motivos de suas permanências nas ruas, identificar as necessidades, para que assim possam ser encaminhadas a rede de proteção”, explicou Coelho.
O trabalho especializado de abordagem é constituído por prontuário social e relatório de acompanhamento. “Para a gente, ressignificar essas histórias é um processo árduo, porque na maioria dos casos essas pessoas não têm interesse, não encontram razão para sair da situação de rua. A equipe precisa criar relações, fazer o acompanhamento constante, até que consiga incluí-los em programas sociais e de fato mudar a realidade”, completou Tito.
“Já identificamos pessoas em situação de rua que são aposentadas, que já foram contempladas no programa municipal do bolsa aluguel e ainda estamos com processos de venezuelanos nessa condição. Também já tivemos sucesso com quatro famílias, que tiveram suas histórias ressignificadas”, afirmou o secretário. A SEMDESC recebe informações da população sobre pessoas em situação de vulnerabilidade social. Em breve será disponibilizado um número de telefone exclusivo para o plantão do SEAS.