Professor universitário é acusado de assediar adolescente durante hipnose
Um professor do curso de enfermagem da Universidade Estadual de Maringá (UEM) é acusado de assediar sexualmente uma adolescente de 16 anos durante uma sessão de hipnose. De acordo com a delegada que investiga o caso, a jovem sofre com depressão e outros problemas psiquiátricos.
“Durante a sessão de hipnoterapia, (…) ele teria praticado atos libidinosos contra ela [a adolescente], tendo tocado nas partes íntimas dela, feito ela tocar em suas partes íntimas e praticado sexo oral”, afirma a delegada do Núcleo de Proteção à Criança e ao Adolescente (Nucria), Karen Friedrich Nascimento.
O último caso aconteceu no dia 9 de fevereiro, durante um atendimento a uma adolescente de 16 anos. Segundo a denúncia, durante uma sessão que durou duas horas, a jovem, sob o efeito da hipnose, foi vítima de abuso sexual. De acordo com a delegada do Núcleo de Proteção à Criança e ao Adolescente (Nucria), Karen Friedrich Nascimento, era a primeira consulta da adolescente, que sofre com depressão e problemas psiquiátricos. “Ele é enfermeiro e ele exerce também a função de hipnoterapeuta e ele tem um consultório em que ele atende maiores e menores também e uma menina de 16 anos, no dia 9 de fevereiro, foi à primeira sessão, à consulta de hipnoterapia tendo em vista que ela apresenta problemas com depressão, problemas psiquiátricos…e aí durante a sessão de hipnoterapia, segundo ela, ele aparentemente já tinha iniciado a sessão, ela estaria hipnotizada…ele teria praticado atos libidinosos contra ela, teria tocado nas partes íntimas dela, teria feito ela tocar nas partes íntimas dele, sexo oral…não teve conjunção carnal, mas teve atos libidinosos diversos de conjução carnal.
A adolescente, em depoimento, contou para a delegada que via o que acontecia durante a sessão, mas por conta do efeito da hipnose não conseguia agir. Logo depois, no almoço com o pai, ela relatou ter sido vítima de assédio sexual. “Ela disse que ela não conseguia…que ela estava vendo o que estava acontecendo, mas que ela não conseguia levantar, não conseguia se mexer para levantar, para se mexer para sair da sala… e daí ela saiu do consultório, foi almoçar com o pai e relatou sobre o fato com o pai. Eles não são aqui de Maringá, são de outro estado, e daí nós tomamos conhecimento que ele já responde a dois procedimentos administrativos disciplinares. Nós encaminhamos o ofício para a corregedoria da UEM, que informou que ele é servidor docente lotado no departamento de enfermagem”.
Outros casos
Diante da informação de que o professor responde a processos administrativos disciplinares na UEM, o Nucria passou a acompanhar os casos. “Ele responde então esses dois procedimentos administrativos disciplinares, um por assédio moral e sexual noticiado por alunas do curso de enfermagem, e outro referente a um boletim de ocorrência registrado na Delegacia da Mulher, referente a denúncia de assédio sexual praticado contra uma servidora credenciada”, diz a delegada do Nucria.
Inquérito instaurado
Aparelhos de telefone celular de uso pessoal e para trabalho, além dos prontuários, foram apreendidos no consultório do professor. O inquérito foi instaurado e foi representada a prisão preventiva, mas o juiz optou pela aplicação de uma medida cautelar. “Nós instauramos o inquérito, representamos pela prisão preventiva. No entanto, o juiz entendeu que seria o caso de aplicação de uma medida cautelar, diversa da prisão, consistente na suspensão das atividades de hipnoterapia. Também fomos até o consultório dele, e apreendemos os aparelhos de telefone celular de uso pessoal e particular, para verificar se eventualmente a gente encontra ali outros elementos que indiquem a prática criminosa. Apreendemos também alguns prontuários referentes a atendimentos de adolescentes. Também encaminhamos um ofício para a Delegacia da Mulher”.
Para a conclusão do inquérito, a delegada do Nucria aguarda o boletim de ocorrência das alunas da UEM, que não foi registrado até o momento. A delegada também espera que outras vítimas do professor apareçam para fazer a denúncia.
Posição da UEM
A Universidade Estadual de Maringá (UEM), divulgou uma nota em que afirma que está à disposição das autoridades para esclarecimentos. As medidas administrativas foram tomadas e o profissional foi afastado preventivamente das funções.