R$ 2 bi empenhados, mas poucos pagos: emendas viram dor de cabeça para o Planalto

A última semana de junho foi marcada por reveses significativos para o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva no Congresso Nacional. Apesar das derrotas políticas, os parlamentares comemoraram um avanço: o empenho de R$ 1,5 bilhão em emendas parlamentares, sendo R$ 831 milhões apenas na terça-feira (24), o maior volume diário registrado em 2025, segundo dados do Sistema Integrado de Planejamento e Orçamento (Siop).
Mesmo com mais de R$ 2,3 bilhões já empenhados pelo Executivo neste ano, o valor efetivamente pago ainda é pequeno: cerca de R$ 465 milhões, a maioria referente a emendas individuais. Emendas de comissões seguem sem movimentação, alvo constante de críticas do Supremo Tribunal Federal. No total, 8.854 emendas foram registradas, mas apenas 343 chegaram a ser pagas.
Enquanto o governo se esforçava para destravar as liberações, sofreu uma derrota histórica: a Câmara e o Senado derrubaram três decretos que aumentavam as alíquotas do IOF, com ampla margem de votos. A movimentação expôs a insatisfação generalizada de deputados e senadores com o ritmo lento de execução das emendas. Parlamentares acusam o Planalto de atrasar a liberação dos recursos, e apontam a frustração como um dos motivos para a reação em bloco no Legislativo.