Relatório do HGE diz que estudante morto no Rio Vermelho fugiu do hospital
De acordo com o relatório do Hospital Geral do Estado (HGE), já anexado ao inquérito do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), que apura a morte do estudante Leonardo Moura, onde a vítima deu entrada, ás 8h02, do dia 9 de julho, afirma que houve intoxicação por bebida alcoólica e perda da consciência.
O documento registra também que foram solicitados exames de trauma assim que a vítima chegou ao hospital, mas eles não chegaram a ser realizados porque Leonardo foi embora do HGE “sem dar satisfações”. Quando retornou à unidade de saúde, às 15h27, do mesmo dia 9, o relatório informa que ele apresentava quadro de dor abdominal e vômito.
Leonardo foi submetido, então, já com a sua anuência, a uma laparotomia exploratória, que identificou um extenso hematoma retroperitonial e uma grave lesão renal. Na manhã do dia 11, o estudante teve uma parada cardiorrespiratória e morreu.
POLICIAIS MILITARES
Os policiais militares que auxiliaram o estudante, na manhã do acidente, prestaram depoimento, nesta segunda-feira (18), no DHPP. O relato dos PMs, lotados no 12º Batalhão da Polícia Militar (BPM), coincide com os depoimentos das duas testemunhas e dos três socorristas já ouvidos na unidade.
“Estávamos fazendo ronda, no sentido Ondina, quando fomos chamados por populares, na altura do restaurante Sukiaki, por volta das 5h40. Ao chegar lá, vimos o estudante desacordado na areia da praia, bem em cima de um esgoto”, contou um dos policiais, informado pelos moradores da região que Leonardo havia caído da balaustrada.
Os policiais afirmaram ainda que quando o estudante acordou era possível perceber um forte cheiro de álcool. “Ele conversou com a gente e disse sentir dores na barriga e no pulso, onde havia uma escoriação simétrica no braço, condizente com um deslizamento seguido de queda. As roupas estavam intactas e só havia um pequeno sangramento no nariz”, disse um dos PMs.
Conforme os policiais, quando perguntado sobre o que havia acontecido, Leonardo disse que sentou na balaustrada para fazer uma ligação para um amigo. E, depois disso, não se lembrava de mais nada, nem de onde estava o celular. Os pertences do estudante, carteira, óculos e tênis, estavam todos juntos e foram entregues aos socorristas.
INVESTIGAÇÃO
De acordo com a delegada Mariana Ouais, titular da a 1ª/DH, que investiga o caso, os próximos passos para concluir a investigação são ouvir os médicos que atenderam Leonardo no HGE e os demais integrantes da família e amigos, já que o pai, uma prima e dois amigos já foram ouvidos. A delegada espera também por imagens próximas ao local do acidente, os laudos de perícia, perícia local complementar e o cadavérico, os três do Departamento de Polícia Técnica (DPT).