Rio Sapato, em Lauro de Freitas, começa a dar sinais de recuperação
Iniciado há apenas um mês, o Projeto de Revitalização do Rio Sapato, em Lauro de Freitas, com aplicação da tecnologia japonesa EM-1, já começa a apresentar os primeiros resultados – redução do mau cheiro, presença de alevinos e outros indicativos de regeneração das águas. As intervenções para recuperação do corpo hídrico estão sendo realizadas uma vez por semana pela Secretaria Municipal do Meio Ambiente, Saneamento e Recursos Hídricos (SEMARH) e a Empresa AMBIEM Ltda. Nesta quinta-feira (6), a equipe fará a sexta aplicação do produto.
Todo o processo será monitorado pela Empresa Baiana de Águas e Saneamento (EMBASA), que vai realizar coleta de amostras da água em vários pontos do rio, uma vez por mês, durante um ano. No início deste mês, a empresa coletou a segunda amostra para fazer a comparação com a coleta do início de agosto e avaliar a qualidade da água nos primeiros 30 dias de aplicação.
A Tecnologia EM-1 está sendo aplicada em cinco pontos do rio, em trechos das ruas Santo Antônio de Ipitanga, Elsa Paranhos, José Ribeiro da Silva e Avenida 31 de Julho, todas em Ipitanga, e na rua Praia de Copacabana, em Vilas do Atlântico. A cada semana será lançado no Sapato 1000 litros do produto.
A substância é uma tecnologia natural que já vem sendo utilizada em outros estados. O engenheiro agrônomo e diretor da AMBIEM, Cid Simões, explica que as matérias orgânicas do planeta são transformadas por duas vias, oxidação e fermentação. Na oxidação, os microorganismos produzem substâncias ruins, a exemplo dos gases fétidos e outras formas de poluição. Na via fermentada, os microorganismos produzem substâncias boas, como as vitaminas, antioxidantes e mais subprodutos benéficos ao ambiente.
“O que o EM-1 faz no rio é a decomposição da matéria pela via fermentada, ou seja, os efluentes que são lançados no rio param de oxidar e passam a seguir a fermentação estimulada pelo produto que está sendo aplicado, entrando em processo de revitalização”.
Os primeiros bioindicadores da revitalização podem ser notados pela formação do espelho d’água e a redução do mau odor causado pelos esgotos despejados in natura no rio. A presença de alevinos, aves e outros seres vivos nos locais onde está sendo aplicada a tecnologia é outro sinal da regeneração da água. Segundo Cid Simões, eles aparecem porque no processo de fermentação o esgoto não está mais apodrecendo. “Estão produzindo subprodutos benéficos à biota do rio, que servem de alimentos, assim como os pássaros também voltam a frequentar nas margens”, aponta.
O analista técnico da SEMARH, Gabriel França, explicou que uma das finalidades do projeto é estabilizar as águas do Rio Sapato aos seus padrões iniciais. “A tecnologia japonesa que está sendo aplicada é composta por microorganismos benéficos, que vão acelerar a decomposição de compostos nocivos a saúde do rio, além de promover a produção de subprodutos saudáveis ao meio ambiente”. Segundo Gabriel, o produto usado na revitalização do rio é totalmente natural e seguro à saúde humana, animal e ao meio ambiente.
TRANSVERSALIDADE
O desenvolvimento do projeto conta com a atuação transversal das secretarias de Infraestrutura (SEINFRA) e Serviços Públicos (SESP). Diretor de edificações da SEINFRA, João Souza conta que os procedimentos para revitalização do Rio estão previstos no Plano Municipal de Saneamento Básico.
“Realizamos estudos do meio biótico e da bacia hidrográfica, e a partir disso apontamos medidas para recuperação das águas do Sapato, com o uso da tecnologia japonesa. No momento, estamos monitorando o processo de revitalização e realizando intervenções de tamponamento nas ligações irregulares da rede de esgoto”, disse. A SESP está executando a limpeza e retirada de plantas macrófitas aquáticas no entorno do rio, além de ações de prevenção a alagamentos.
Com intuito de aproximar a população do projeto de revitalização, a SEMARH, em parceria com a Secretaria Municipal de Educação (SEMED), estará realizando oficinas para confecção de bolinhas denominadas EM MUDBALLS, nas escolas da rede municipal e no Parque Ecológico de Vilas do Atlântico. As EM MUDBALLS são bolinhas feitas com argila, farelo de trigo e compostos da tecnologia EM-1, possuem o tamanho de uma bola de tênis, que ajudam na despoluição e serão lançadas mensalmente ao longo do rio.