Rita Batista e Russo Passapusso abrem a Flica 2025 celebrando o poder da palavra com a mesa “Ler é Massa”

 Rita Batista e Russo Passapusso abrem a Flica 2025 celebrando o poder da palavra com a mesa “Ler é Massa”

A Festa Literária Internacional de Cachoeira começou nesta quinta-feira (23) e contou com a presença da jornalista Rita Batista e do cantor Russo Passapusso na mesa de abertura que aconteceu na Tenda Paraguaçu, com o tema “Ler é Massa”. Anunciando o poder da palavra, os artistas que fazem da escrita um território de criação, afeto e resistência, falaram com bastante sentimento sobre o exercício da leitura. 

Quando Rita Batista surgiu no palco de um dos principais espaços para mesas e debates da Flica 2025, o público respondeu com aplausos calorosos. Vestindo um terno amarelo vibrante, chapéu preto e com um colar de pena laranja no pescoço, ela parecia trazer o próprio sol para dentro da tenda. Entre risos e reflexões, Rita falou sobre o trânsito entre o jornalismo e a literatura: “Meu processo criativo é mais automático por conta do jornalismo. A literatura é outra faceta, uma Rita geminiana. Ela me mostra o quanto sou falível, o quanto sou pequena”.

Com seu jeito “espótico”, adjetivo dado por sua mãe para caracterizá-la como uma criança um tanto solitária e ansiosa, Rita contou que o livro sempre foi uma companhia constante desde a sua infância e assim ela se fez: filha de professora, leitora de enciclopédias, curiosa por natureza. “A palavra é arma e escudo”, disse. Em dezembro, lança o volume dois do seu livro “A Vida é um Presente: Mantras Para o Seu Dia a Dia”.

Ao lado dela, o vocalista da famosa banda BaianaSystem, Russo Passapusso, trouxe a cadência e a poesia que o consagraram como um dos grandes compositores da Bahia contemporânea. Trajado em tons terrosos, falou da literatura como essencial ponto de partida para fincar as raízes da sua inventividade. “Comecei a ler com os discos. Os discos fizeram meu letramento literário. O compositor é um grande prestador de atenção de todo o mundo”. 

O diálogo da mesa atravessou a leitura, comunicação, música, ancestralidade e resistência. Ao falar sobre representatividade na mídia hegemônica, Rita lembrou que “Somos reflexo da sociedade, e o mercado entendeu que precisava nos ver nesses espaços”. Russo, por sua vez, ressaltou também que a leitura é exercício de vida. Para ele, “A gente lê gente, a gente lê momentos. O exercício de ler um livro a gente coloca na vida, de ler a vida”. 

 Entre risadas, provocações e gestos de afeto, o público foi lembrado também das palavras do educador Paulo Freire em seu livro “A Importância do Ato de Ler”, onde ele nos diz que “Antes da leitura da palavra, vem a leitura do mundo”. E neste momento, em Cachoeira, essa leitura se faz em festa, música e encontro. Sejamos mais que bem-vindos a Flica 2025! 

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