Roberto Badaró nega informação sobre classificação indevida de mortes por Covid-19 no Hospital Espanhol

 Roberto Badaró nega informação sobre classificação indevida de mortes por Covid-19 no Hospital Espanhol

O diretor médico do Hospital Espanhol, o infectologista Roberto Badaró, negou que a unidade classifique indevidamente os óbitos dos pacientes com o diagnóstico de coronavírus (Covid-19). Em carta emitida na noite desta quinta-feira (11), ele afirmou que “todos os óbitos ocorridos no Hospital Espanhol são avalizados pela coordenação médica. Se o óbito ocorre é obrigação da unidade hospitalar que emite a Declaração de Óbito (DO), colocar a causa corrigida e não continuar com a suspeita diagnóstica da chegada. Na eventualidade de um óbito ocorrer antes do resultado laboratorial, a DO sairá como “suspeita de Covid-19” e pode ser corrigida postmortem pela autoridade sanitária estadual”. 

O infectologista explicou que a Vigilância Epidemiológica só contabiliza as declarações de óbito classificadas como casos suspeitos de coronavírus após investigação e/ou resultado laboratorial confirmatório.

Para o médico, o diagnóstico clínico é importante para não deixar casos graves de fora, assim nem todos os pacientes internados nos hospitais terão o resultado do RT-PCR confirmado antes da admissão: “uma parcela dos pacientes internados permanecerá sem confirmação diagnóstica até o recebimento do resultado do Laboratório Central de Saúde Pública (Lacen-BA). Cabe ao hospital de referência, que recebe os pacientes suspeitos, investigar para tratar e encaminhar adequadamente o caso. Por fim, todos os pacientes que recebem diagnóstico negativo para coronavírus são contra-referenciados para outras unidades públicas de saúde e serão transferidos”, destaca.

Leia a carta na íntegra:

Salvador, 11 de junho de 2020

Em relação às notícias que estão sendo veiculadas sobre a classificação equivocada de óbitos por coronavírus (Covid-19), venho a público dizer que a forma como expresseime não reflete corretamente o que acontece no Hospital Espanhol, do qual sou Diretor Médico, nem faz justiça ao trabalho primoroso que vem sendo realizado pelo Governo
do Estado e Prefeituras no enfrentamento da pandemia.

Não é correto afirmar que óbitos são lançados indevidamente como Covid-19. Em verdade, todos os óbitos ocorridos no Hospital Espanhol são avalizados pela coordenação médica. Se o óbito ocorre é obrigação da unidade hospitalar que emite a Declaração de Óbito (DO), colocar a causa corrigida e não continuar com a suspeita diagnóstica da chegada. Na eventualidade de um óbito ocorrer antes do resultado laboratorial, a DO sairá como “suspeita de Covid-19” e pode ser corrigida postmortem pela autoridade sanitária estadual. Neste cenário, cabe registrar que a Vigilância
Epidemiológica, de modo assertivo, só contabiliza as declarações de óbito classificadas como casos suspeitos de coronavírus após investigação e/ou resultado laboratorial confirmatório.

É preciso compreender que, numa situação de epidemia, o diagnóstico clínico é importante para não deixar casos graves de fora. Não fosse assim, centenas de pessoas permaneceriam nas UPAs por vários dias, em condições inadequadas de tratamento. Dessa forma, nem todos os pacientes internados nos hospitais terão o resultado do RTPCR confirmado antes da admissão.

Assim sendo, uma parcela dos pacientes internados permanecerá sem confirmação diagnóstica até o recebimento do resultado do Laboratório Central de Saúde Pública (Lacen-BA). Cabe ao hospital de referência, que recebe os pacientes suspeitos, investigar para tratar e encaminhar adequadamente o caso. Por fim, todos os pacientes que
recebem diagnóstico negativo para coronavírus são contra-referenciados para outras unidades públicas de saúde e serão transferidos.

Quero reiterar o meu respeito pelo trabalho primoroso que vem sendo conduzido pelo Governo do Estado para abrir vagas de UTI em todo o Estado. Igualmente reconheço o esforço dos profissionais da Central de Regulação, que vêm trabalhando junto às UPAs e regulando pacientes para os hospitais em tempo recorde, evitando que ocorram
mortes por falta de assistência adequada.

Dr. Roberto José da Silva Badaró
Diretor Médico do Hospital Espanhol 

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