Rosemberg Pinto critica uso político de sanções dos EUA e repudia ataques à deputada Olívia Santana: “Inaceitável em pleno século XXI”
Em entrevista concedida à imprensa nesta terça-feira (5), o líder do governo na Assembleia Legislativa da Bahia (ALBA), deputado Rosemberg Pinto (PT), criticou duramente a forma como alguns parlamentares têm conduzido o debate sobre as recentes tensões comerciais entre Brasil e Estados Unidos. Ele também repudiou ataques dirigidos à deputada Olívia Santana (PCdoB) durante as primeiras sessões após o recesso parlamentar.
Segundo Rosemberg, o novo pacote de tarifas anunciado pelos EUA é parte de uma reconfiguração global do comércio, e não uma ação isolada contra o Brasil. “É uma disputa econômica conduzida pelos Estados Unidos, que tenta retomar sua hegemonia no comércio mundial. O Brasil não está sendo punido de forma específica. O projeto deles atinge o mundo inteiro”, pontuou.
O deputado também criticou o ex-presidente Jair Bolsonaro e seus aliados por, segundo ele, instrumentalizarem politicamente o episódio com apoio do ex-presidente norte-americano Donald Trump. “Infelizmente, tentam transformar isso em narrativa eleitoral, quando, na verdade, o que está em jogo é a autonomia das instituições. Não se pode permitir que decisões judiciais sejam negociadas por interesses econômicos ou políticos. Isso põe em risco o próprio equilíbrio entre os poderes”, alertou.
Rosemberg ainda lamentou o clima acirrado entre os deputados no retorno às atividades legislativas e foi direto ao criticar o deputado Diego Castro (PL), que teria feito ataques à deputada Olívia Santana durante um debate no plenário.
“A fala dele foi um ataque pessoal, injustificável, e me fez lembrar episódios graves de violência contra a mulher. No fundo, parece haver uma raiva contra a presença feminina na política. Isso é inaceitável em pleno século XXI”, afirmou.
O petista defendeu o direito de qualquer parlamentar apresentar projetos e ser respeitado no processo de debate legislativo. “Desqualificar uma proposta só porque vem de uma mulher, ou de uma deputada progressista, é um retrocesso. É obrigação desta Casa garantir que todos sejam tratados com respeito”, concluiu.
Rosemberg também elogiou a presidente da ALBA, Ivana Bastos (PSD), pela reestruturação dos espaços da Assembleia durante o recesso e defendeu que o segundo semestre legislativo seja marcado por diálogo e responsabilidade institucional.
