Rui Costa rebate Temer e defende governo Lula: “Transformamos um país com gavetas vazias”

O ministro da Casa Civil, Rui Costa, respondeu nesta segunda-feira (2) às críticas feitas pelo ex-presidente Michel Temer (MDB) ao governo Lula. Durante entrevista ao site Poder360, Temer afirmou que o impasse em torno da alta do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) revela uma “falta de projeto” por parte do atual governo. A declaração gerou forte reação de Rui, que classificou o comentário como uma “distorção dos fatos”.

“Li a declaração do Michel Temer sobre o governo do presidente Lula e fiquei sem acreditar na capacidade de distorção dos fatos. O governo Lula vem transformando a realidade do Brasil, que encontrou literalmente de gavetas vazias e sem projetos estruturantes para o país”, escreveu Rui Costa, em uma publicação nas redes sociais.

O ministro utilizou indicadores econômicos para rebater o ex-presidente. Segundo ele, enquanto o PIB brasileiro cresceu 3,2% em 2023 e 3,4% em 2024, na gestão Temer o crescimento médio foi bem inferior — 1,3% em 2017 e 1,8% em 2018. Rui também comparou os resultados fiscais, destacando que o déficit primário foi menor na gestão Lula (-0,4% do PIB em 2024) do que durante o governo Temer, que registrou déficits próximos de 2%. “Essa baixa performance se refletiu no mercado de trabalho”, completou, lembrando que, no final da gestão Temer, o desemprego era de 13%, o dobro da taxa atual (6,6%).

Essa não foi a primeira crítica pública de Temer ao atual governo. Em maio, durante entrevista ao programa Canal Livre, da Band, o emedebista afirmou que Lula perdeu popularidade e enfrenta dificuldades no relacionamento com o Congresso Nacional — fatores que, segundo ele, podem levar o presidente a reconsiderar uma candidatura à reeleição em 2026.

Na mesma ocasião, Temer também previu um avanço da direita nas próximas eleições, caso consiga lançar uma candidatura única. “Se saírem cinco candidatos de um lado e apenas um do outro, é evidente que esse terá uma vantagem extraordinária”, disse, após relatar conversas com governadores que, segundo ele, demonstram disposição em articular essa estratégia.

A troca de farpas entre Rui e Temer escancara o acirramento do debate político e o reposicionamento de figuras centrais do MDB, partido que segue sendo cortejado por diferentes campos políticos de olho nas alianças para 2026.

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