“Subserviência não é aliança”: Félix Mendonça critica autoritarismo de ACM Neto

O presidente estadual do PDT na Bahia, deputado federal Félix Mendonça Júnior, fez duras críticas à forma como o ex-prefeito de Salvador, ACM Neto (União Brasil), conduz suas articulações políticas. Durante o ato que oficializou a adesão do PDT à base do governador Jerônimo Rodrigues (PT), nesta quarta-feira (30), Félix atribuiu diretamente ao estilo centralizador de Neto a decisão do partido de romper com a Oposição no estado.
“Claro que a forma como Neto faz política contribuiu para esse afastamento. Alianças devem ser baseadas em princípios, e o PDT sempre buscou isso. Partido tem que ser aliado, não subserviente”, afirmou o parlamentar, deixando claro o incômodo com a postura que, segundo ele, desrespeita a autonomia das legendas.
Félix citou como exemplo o episódio ocorrido em Lauro de Freitas, onde ACM Neto teria forçado a candidatura de Débora Régis pelo União Brasil, mesmo ela sendo filiada ao PDT à época. “Ele disse: ‘a candidatura tem que ser do União, só pode ser do União’. O que isso significa? Que o União é mais importante que o PDT?”, questionou, em tom crítico.
Com a saída formal da Oposição, o PDT agora passa a integrar a base do governo estadual. “Vamos caminhar com o governo do estado e com o projeto político do governador Jerônimo Rodrigues”, afirmou Félix, selando a reaproximação com o campo progressista e deixando para trás o que classificou como um modelo de aliança “impositiva e desigual”.
A declaração marca um ponto de inflexão na política baiana, com reflexos diretos nas eleições de 2024 e 2026, e evidencia o isolamento crescente de ACM Neto entre antigos aliados.