Suspeitos de participação na fuga em presídio de Eunápolis são mortos em confronto; veja o que se sabe
Dois homens suspeitos de participação na fuga de 16 detentos do Conjunto Penal de Eunápolis, no sul da Bahia, foram mortos durante uma ação da polícia. Eles foram identificados como Fernando Correia Santos, de 35 anos, e David Silva Souza, de 32 anos. De acordo com a Polícia Civil, agentes foram recebidos a tiros quando apuravam uma denúncia anônima na mesma cidade onde houve a fuga. Até este domingo (15), três suspeitos de ajudar na fuga foram mortos. Os 16 detentos seguem foragidos.
Fernando Correia e David Silva, segundo a polícia, fizeram parte do grupo de oito homens armados que trocaram tiros com agentes penitenciários no momento da fuga. De acordo com o coronel Luís Alberto Paraíso, chefe do Comando de Policiamento da Região Extremo Sul (CPR/Extremo Sul), duas ações foram realizadas simultaneamente, na quinta-feira (12).
Os presos perfuraram o teto e saíram para o telhado ao mesmo tempo que o grupo criminosos cortou a grade da unidade e atirou nos guardas de plantão. Depois, os detentos teriam fugido em direção a uma área de vegetação. As mortes dos dois suspeitos de participação foram registradas no dia seguinte à fuga, na sexta-feira (13). A informação, no entanto, só foi confirmada neste domingo (15)
“Ao chegarem aos locais indicados, os policiais foram recebidos a tiros. Após o confronto, os suspeitos foram socorridos, mas não resistiram aos ferimentos. Durante a ação, foram apreendidas duas pistolas e munições, que foram apresentadas na unidade policial pelos militares”, detalhou, em nota, a Polícia Civil.
Outro homem, identificado como Jaione Santos de Souza, de 33 anos, foi morto durante confronto com policiais na sexta-feira (13). Ele também é suspeito de ajudar na fuga. Jaione estava com um comparsa quando foi localizado pela Polícia Civil em uma casa em Eunápolis. Ele foi atingido durante uma troca de tiros, foi levado para o hospital, mas não resistiu. No imóvel foram encontradas uma arma e munições compatíveis com os fuzis utilizados na invasão ao presídio. O outro suspeito fugiu.
Até a tarde deste domingo (15), a Secretaria de Administração Penitenciária e Ressocialização do Estado da Bahia (Seap) não confirmou se algum dos 16 foragidos foi encontrado. A informação também não foi divulgada pelas polícias Civil e Militar. Após o episódio, o secretário de Administração Penitenciária e Ressocialização, José Castro, determinou intervenção administrativa no Conjunto Penal de Eunápolis.
O objetivo dos suspeitos mortos e dos outros seis comparsas era resgatar um preso em específico: Ednaldo Pereira Souza. Conhecido como Dadá, ele é apontado como chefe da facção Primeiro Comando de Eunápolis (PCE). Ao foragido, são atribuídos crimes de homicídios em cidades como Eunápolis e Porto Seguro, com objetivo de ampliar a atuação da facção. Após trocar tiros com policiais penais, os invasores foram até a cela de Dadá, mas liberaram também outros membros do PCE.
Na sexta-feira (13), um homem, que não teve a identidade revelada, foi preso suspeito de envolvimento na fuga. Ele foi encontrado com um fuzil e confessou que receberia R$5 mil pela participação na ação criminosa.
Continuam foragidos: Edinaldo Pereira Souza, Sirlon Riserio Dias Silva, William Ferreira Miranda, Idario Silva Dias, Isaac Silva Ferreira, Thiago Almeida Ribeiro, Romildo Pereira dos Santos, Altiere Amaral de Araújo, Anailton Souza Santos, Fernandes Pereira Queiroz, Giliard da Silva Moura, Rubens Lourenço dos Santos, Valtinei dos Santos Lima, Anderson de Oliveira Lima, Geifson de Jesus Souza e Mateus de Amaral Oliveira.
Diretores afastados
Depois da fuga, o governo do estado determinou o afastamento de Joneuma Neres, diretora do Conjunto Penal de Eunápolis, e Elton Rocha, diretor adjunto, por 30 dias. Durante o período de intervenção, a unidade ficará sob responsabilidade do policial penal Jorge Magno Alves Pinto, de forma interina.
O secretário de Administração Penitenciária, José Castro, anunciou as medidas em um comunicado publicado na madrugada de sábado (14). “Assim que fui informado sobre a invasão do Conjunto Penal de Eunápolis, por criminosos, e a fuga de 16 internos, determinei imediatamente a instauração de uma sindicância para a devida apuração do ocorrido […] Determinei a intervenção imediata na unidade prisional e, para termos uma imparcialidade no restabelecimento dos procedimentos operacionais, afastei a diretora, o diretor adjunto e o coordenador de segurança da unidade”, disse.
O complexo em Eunápolis funciona em regime de cogestão do estado com a empresa privada Reviver. Em maio deste ano, o CORREIO reuniu dados dos gastos que o Estado tem tido com empresas privadas que administram presídios. Na ocasião, o levantamento apontou que o gasto foi de R$ 370 milhões entre 2021 e maio de 2024. Além da Reviver, há parcerias com a Socializa Empreendimentos e Serviços e Manutenção e com a MAP Sistemas de Serviços LTDA.