Tiago Correia elogia secretário da Fazenda, mas cobra transparência na aplicação de empréstimos do governo
O deputado estadual Tiago Correia (PSDB) participou, nesta terça-feira (19), da explanação do secretário estadual da Fazenda, Manoel Vitório, na Assembleia Legislativa da Bahia (ALBA), sobre o Projeto de Lei nº 25.894/2025, que trata de reestruturação de operações financeiras do Estado. Em entrevista, o parlamentar destacou a competência do titular da Sefaz, mas fez críticas à forma como os recursos oriundos de empréstimos têm sido aplicados pelo governo de Jerônimo Rodrigues (PT).
Segundo Correia, Manoel Vitório é um dos principais quadros da atual gestão. “Tenho defendido que o secretário é o melhor do governo Jerônimo. Ele conseguiu reestruturar a parte financeira e arrecadatória do Estado. A Bahia nunca arrecadou tanto, é uma máquina de arrecadar, batendo recorde após recorde”, afirmou.
Apesar do reconhecimento, o deputado reforçou que a oposição tem preocupação com a destinação dos recursos obtidos por meio de operações de crédito. “Não somos contra a antecipação de investimentos. Em qualquer governo, empréstimos podem ser importantes. Mas a nossa questão é: de que forma esses investimentos estão sendo aplicados? Fala-se que nunca se investiu tanto em segurança, mas continuamos sendo o Estado mais violento do país. Dizem que nunca se investiu tanto em educação, mas seguimos campeões de analfabetismo adulto. Será que os programas criados vão, de fato, resolver esses problemas? Nunca se construiu tantas escolas em tempo integral, mas os indicadores não refletem essa melhora. Na saúde, os problemas da regulação permanecem graves”, criticou.
Tiago Correia também mencionou declarações do ex-prefeito de Salvador e líder do União Brasil, ACM Neto, que no último sábado questionou a transparência na utilização desses recursos. “Neto disse que não consegue ver onde os investimentos estão sendo aplicados. O próprio governador respondeu que a oposição deveria procurar o Tribunal de Contas do Estado. Ora, se o próprio chefe do Executivo remete ao TCE, isso só reforça a nossa preocupação: será que os recursos estão realmente sendo aplicados de forma eficiente para melhorar a vida dos baianos?”, questionou o parlamentar.
Para o deputado, o debate em torno do PL 25.894/2025 é uma oportunidade de cobrar clareza sobre o impacto real desses financiamentos. “Não somos contra o empréstimo. Desde que seja para trazer benefícios concretos para a população, a antecipação de investimentos é válida. Mas precisamos garantir que os recursos não estejam sendo mal direcionados e que, de fato, resultem em melhorias nos indicadores de segurança, educação e saúde”, concluiu.
