‘Tive vontade de morrer, comecei a chorar’, diz adolescente que foi tatuado na testa

 ‘Tive vontade de morrer, comecei a chorar’, diz adolescente que foi tatuado na testa

O adolescente que teve a testa tatuada à força em São Bernardo do Campo, em São Paulo, afirmou que teve “vontade de morrer” ao se olhar no espelho depois. Os homens fizeram a frase “sou ladrão e vacilão” no rosto do rapaz, acusando-o de roubar uma bicicleta de um morador da rua. Neste domingo (11), ao G1, o adolescente negou o crime e contou que começou a chorar ao se ver.
O jovem de 17 anos mora com a avó. Ele negou que roubou uma bicicleta de um deficiente físico, conforme alegaram os dois homens que o agrediram. “Eu estava bêbado, esbarrei na bicicleta e ela caiu”, relata. Além de ter a testa marcada, ele teve também o cabelo cortado e foi amarrado nas mãos e pés. “Eu comecei a puxar o cabelo para a frente para tentar esconder e eles então cortaram meu cabelo”, diz.

O tatuador Maycon Wesley Carvalho dos Reis, 27 anos, e o vizinho dele, Ronildo Moreira de Araújo, 29 anos, fizeram a imagem na testa do adolescente. Os dois tiveram prisão preventiva decretada no sábado e já estão presos.
Um tio do adolescente afirmou que toda a situação deixou o jovem assustado. “Ele é muito querido no bairro e muitas pessoas começaram a procurar por ele. Vieram nos avisar onde ele estava e os amigos foram buscá-lo. Agora ele está na casa da avó, descansando. Vamos cuidar da saúde dele.”
Advogado da família, Leonardo Rodrigues diz que as medidas jurídicas para o caso ainda são analisadas. Primeiro vamos cuidar dele, ele foi medicado, está assustado com o que passou. Muitas pessoas compartilharam a imagem dele fazendo julgamento sem conhecer os fatos. Ele não fez nada do que foi dito e espalhado na internet”, afirma.
Ele estava desaparecido desde 31 de maio e a família o reconheceu no vídeo gravado e divulgado em redes sociais pelos dois agressores, que foram presos em flagrante.
Antes do desaparecimento, o jovem chegou a passar por acompanhamento de conselheiros tutelares em atendimento no Centro de Apoio Psicossocial (Caps) de São Bernardo do Campo. Segundo a família informou à polícia, ele era usuário de drogas e sofre de problemas mentais.

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