Tradicional Arrasta Jegue muda de formato e agita o São João sem o animal

 Tradicional Arrasta Jegue muda de formato e agita o São João sem o animal

O tradicional Arrasta Jegue, a marchinha de São João mais esperada pelos forrozeiros, que acontece em Lauro de Freitas há 15 anos, teve sua tradição quebrada neste ano de 2016. O famoso jegue que costumava seguir na frente das pessoas com uma charrete lotada de comidas típicas e licores, não faz mais parte da festa.

O motivo para a retirada do animal, é que a Remca ( Rede de Mobilização Pela Causa Animal), passou a considerar a atividade explorativa e abusiva. Para o organizador do Arrasta Jegue, José Augusto, esse foi o maior problema na organização deste ano. “O jegue ele é característico do evento, e fomos proibidos de usar o animal. Em três reuniões com a Remca eu tentei justificar, da importancia do animal no evento, do cuidado que temos para com ele, mas não adiantou”.

Zé Augusto afirmou ainda que apesar da retirada do animal, o nome do bloco não vai mudar. “Tivemos que abrir mão do jegue, mas continuamos com o mesmo nome e não vamos mudar. Mantemos as carroças mas eliminamos o jegue. Nunca maltratamos os animais, mas entendemos a decisão, até porque a minha tendência natural é proteger os animais”.

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Mesmo com a retirada do jegue, o que dividiu opiniões do pessoal que acompanha o trio, o evento lotou a praça da Matriz. Quem arrastou a multidão foi a cantora Elane Fernandes, com um mix de forró e sertanejo. Entre as músicas cantadas, estiveram presentes sucessos das Coleguinhas, Luiz Gonzaga e Chitãozinho e Xororó.

A secretária Luana Lima não gostou nada da retirada do bicho da festa. “Nada a ver tirar o jegue. Ninguem maltratava o animal, era uma coisa tão suave. Agora nos interiores que o bicho carrega cimento, bloco e tudo mais, os órgãos não fiscalizam”.

Já José Agnaldo, fiscal de alimentos, afirmou que a medida foi necessária. “Por mais que o bicho não tenha sido maltratado, ele está sujeito a isso. Não precisamos esperar que algo ruim aconteça, para a partir de então, precaver”.

O organizador do evento, Zé Augusto, destacou o carinho e cuidado dedicados a produção do Arrasta Jegue.”Muito coração, muita força de vontade e muita disponibilidade para fazer acontecer. Mesmo com poucos recurssos, conseguimos fazer esse evento, tudo é feito com muitos detalhes, desde a confecção das camisas a logistica. Há uma preocupação muito grande na preparação, porque muitas vezes a coisa não sai como o esperado”.

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