Traficantes têm tribunal próprio para sentença de morte com execuções cruéis; veja lista
Facções rivais, consumo de drogas, vingança, dívidas e outras situações. A sentença de morte virou pena decretada pelos traficantes em Salvador e Região Metropolitana em uma espécie de tribunal próprio do crime, e são identificadas facilmente pela polícia, por causa da natureza cruel dos crimes.
Conexo a uma realidade mundial, mortes ousadas que desafiam o poder público e a indignação da sociedade, no Brasil, são mais requintadas nos estados do Rio de Janeiro e São Paulo, mas a Bahia se aproxima. De acordo com dados da Secretaria de Segurança Pública do estado, de 70% a 80% das mortes da Bahia estão ligadas ao tráfico de drogas.
No tribunal do tráfico, geralmente os crimes servem para mostrar autoridade de uma liderança, além de impor medo e respeito, para que as regras não sejam infringidas. O assessor técnico da Superintendência de Segurança Pública, Roque Cerqueira, afirma que pelo levantamento da SSP/BA a maior parte dos homicídios em Salvador e na região em 2016 têm vinculação com o tráfico.
“A perversidade dos tribunais do tráfico, não se limitam às vítimas. Quem mata, abusa da ousadia e da crueldade. A recompensa vem em forma de status. A partir de julgamentos sumários, podemos elencar relações de crime e castigo do mundo do tráfico. Uso de Adolescentes para execução contra sócios, devedores e/ou viciados: a parcela da crueldade mostra poder”.
O policial afirma ainda que “os dedos no gatilho geralmente são dos mais jovens. As execuções típicas dos tribunais do tráfico na Bahia não fogem das características comuns em mortes ligadas às drogas. Unem, em geral, ousadia, crueldade e violência. São crimes que servem de exemplo. Em geral, quem executa é alguém jovem, por isso a ousadia e a aparente ausência de medo.”
Investigações concluem que os mais velhos sabem que um crime de origem brutal chama atenção das autoridades, por isso evitam se envolver diretamente.
Formas de matar
Contra rivais: inimigo sem cabeça
Esta é a punição para aqueles que tentam desafiar o poder do tráfico, seja com dívidas ou em uma disputa por boca entre traficantes. Antes que a cabeça seja dispensada, os inimigos fazem uma espécie de desfile com ela sendo exibida como um troféu. É o recado do “tribunal do tráfico”.
Tiros no rosto
Seguindo um antigo padrão de crimes cometidos por milícias, este assassinato acontece frequentemente na capital baiana. Geralmente, quem tem pendências com o tráfico, ou já não é útil para a boca, a pena no tribunal é de execução com vários tiros no rosto. Em alguns casos, os corpos são colocados na rua, com o objetivo de desfigurar completamente a pessoa. Dessa forma, cresce a rede de medo e terror.
Esquartejamento
Este tipo de morte geralmente acontece quando algum indivíduo atrapalha o fluxo do tráfico, seja ele integrante da boca ou não. Ocorre também por dívida. Além de esquartejar o corpo da pessoa, os traficantes colocam pedaço por pedaço dentro de uma sacola e a deixa em local estratégico para ser vista.
Mãos arrancadas antes da morte
Quem trabalha para o tribunal do tráfico não pode “sair dos trilhos”. Em casos de roubo da própria matéria prima ou de dinheiro, as mãos são desvinculadas do corpo para servir como exemplo.
Queimado vivo
Morte de vingança, matar uma peça chave ou um parceiro do tribunal pode resultar em um dos crimes mais cruéis. Descobrir informações importantes sobre o funcionamento do negócio ilícito sem autorização, também pode resultar neste tipo de morte. Conhecidos como “X9”, os que “falam demais”, também podem ter o mesmo destino. (Fonte: Varela Notícias)