Transição de governo tem semana decisiva na área técnica e na política

Quase um mês após começar os trabalhos, o Gabinete de Transição está cada vez mais próximo de mostrar a cara do futuro governo Lula (PT). Até o final desta semana, os grupos técnicos precisam entregar relatórios propondo atos e revogaços para o início dos trabalhos. São, ao todo, 31 GTs em áreas que devem virar ministérios ou secretarias, como Economia, Educação, Cultura e Igualdade racial.
Escalação de ministros
Também é só depois do dia 12 que Lula irá desfazer a maior das expectativas, tanto de aliados quanto de opositores: a escalação da equipe de ministros. Resistindo a pressões para anunciar ao menos os nomes de pastas cujas atribuições já estão em evidência, como Fazenda e Defesa, o presidente eleito segue negociando com partidos que não fizeram parte de sua campanha – como União Brasil, PSD e MDB – antes de definir o novo desenho da Esplanada.
PEC em momento de decisão
Após uma semana de negociações, a PEC da Transição deve começar a ser votada nos próximos dias.
Os líderes do Poder Legislativo estão decidindo se darão ao governo Lula quatro anos de licença para pagar o Bolsa Família e outros benefícios sociais fora do teto de gastos ou se vão reduzir esse prazo. Decidirão, ainda, o valor dessa licença. A transição pediu R$ 175 bilhões por ano, mas o Congresso trabalha com um montante entre R$ 120 bilhões e R$ 150 bilhões.
Se tudo der certo, a votação da PEC na CCJ do Senado deve ocorrer na quarta (7/12); no plenário da Casa, provavelmente, será no dia seguinte ou até o início da semana que vem.
Arthur Lira tem se comprometido com os aliados de Lula a facilitar na Câmara a aprovação do texto que sair do Senado, garantindo, assim, a aprovação de um orçamento que permita ao futuro governo cumprir suas promessas de campanha, como manter a ajuda às famílias mais carentes em R$ 600 por mês e conceder ajuste acima da inflação para o salário mínimo.