União Brasil e PP oficializam saída da base de Lula e alinham apoio à oposição em 2026

A federação partidária formada pelo União Brasil e pelo Progressistas (PP) confirmou, nesta terça-feira (2), o rompimento com o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). O anúncio foi feito pelos presidentes nacionais das siglas, Antônio de Rueda e Ciro Nogueira, após reunião com lideranças e ministros ligados às legendas.

O encontro contou com a presença de Celso Sabino, ministro do Turismo indicado pelo União, e de André Fufuca, titular da pasta dos Esportes e representante do PP. A decisão atinge diretamente Fufuca, que deverá deixar o cargo. Já Sabino permanece, assim como Waldéz Góes (Integração Nacional) e Frederico de Siqueira Filho (Comunicações), ambos ligados ao senador Davi Alcolumbre, ainda que sem filiação ao União.

A movimentação vinha sendo aguardada nos últimos dias e consolida a mudança de posicionamento dos partidos, que passam agora a se alinhar oficialmente à oposição.

Bastidores e racha interno

Nos bastidores, a articulação é atribuída ao ex-prefeito de Salvador e vice-presidente nacional do União Brasil, ACM Neto, que busca afastar a legenda de qualquer possibilidade de apoio a Lula nas eleições de 2026. A estratégia é vista como uma forma de preservar espaço político para Neto, especialmente na Bahia, onde ele pretende disputar novamente o governo estadual.

Entretanto, a movimentação pode gerar novas divisões internas. Deputados federais do União, como Luciano Bivar, já sinalizaram insatisfação com o rumo definido pela cúpula e podem deixar a sigla nos próximos meses.

Caminho para 2026

Com a saída da base governista, União Brasil e PP devem fortalecer a construção de uma candidatura de centro-direita para disputar a Presidência da República em 2026. A movimentação ocorre no vácuo deixado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que enfrenta processos que podem inviabilizar sua participação no pleito.