Vaza Jato: Glenn Greenwald diz que vale utilizar informações ilegais para combater a corrupção

 Vaza Jato: Glenn Greenwald diz que vale utilizar informações ilegais para combater a corrupção

O jornalista americano Glenn Greenwald, um dos criadores do site The Intercept Brasil, foi o entrevistado desta segunda-feira (2) no Roda Viva, da TV Cultura. Na sabatina realizada por profissionais da imprensa, ele respondeu sobre as polêmicas envolvendo as conversas divulgadas pelo seu site em parceria com outros veículos e garantiu que vale utilizar informações roubadas, obtidas por fontes de maneira ilícita ou ilegal.

Glenn aproveitou a oportunidade para garantir que jamais pagaria por nenhum conteúdo, “como todos os jornalistas legítimos”. Para preservar as suas fontes, ele se negou a falar sobre a identidade delas. “Como jornalista, acho mais importante o conteúdo do que revelar as fontes, pois mostramos o que os poderosos fizeram na sombra. Pessoas muito poderosas, liderados pelo ex-juiz Sergio Moro e pelo procurador [líder da força-tarefa da Lava Jato] Deltan Dallagnol”, destacou Glenn.

Por conta do vazamento das conversas privadas dos procuradores da Lava Jato e do então juiz Sergio Moro, hackers do interior de São Paulo acabaram sendo presos. Para o jornalista americano, o público tem o direito de saber o que “essas pessoas fazem nas sombras”. Ele está há 14 anos no Brasil e é casado com o deputado federal David Miranda (PSol).

Sobre o legado da Vaza Jato, como foi chamada a iniciativa de divulgar as centenas de conversas entre os procuradores e Moro, Glenn garantiu que que está fortalecendo a Lava Jato e o combate à corrupção. “Eu era um defensor da Lava Jato e o combate à corrupção, mas é impossível combater a corrupção com corruptos ou métodos corruptos. Acredito que o trabalho jornalístico que estamos fazendo está fortalecendo a Lava Jato e o combate à corrupção, levando integridade para o futuro. Os procuradores reconhecem as mensagens quando querem, a exemplo de uma das procuradoras pediu desculpas por brincar com a morte do neto de Lula”, lembrou. 

Na avaliação dele, a autenticidade das mensagens não é mais uma dúvida, pois foi verificada das mais variadas maneiras, inclusive por peritos. “Esse jogo cínico eles estavam fazendo no começo. Agora, a questão é como vamos fortalecer o combate à corrupção e o que fazer com os que usavam métodos corruptos o tempo todo, como Moro e Dallagnol”, questionou o americano.

Durante a entrevista, ele citou que Moro e Dallagnol eram obcecados pela prisão do ex-presidente Lula para alcançarem a fama. O jornalista contou que todas as informações completas estão sendo compartilhada com 10 veículos para mostrar que não há manipulação das conversas ou objetivo político na divulgação. “Não publicamos baseado no timing político, não pensamos em criar efeito”, acrescentou.

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