Venezuelanas assistidas do CRAI Lauro de Freitas concluem curso de português com foco no empreendedorismo
A sala principal do Centro de Referência e Apoio aos Imigrantes de Lauro de Freitas (CRAI) foi o espaço acolhedor para depoimentos de superação e aprendizado, neste sábado (19). No local, cerca de 20 mulheres venezuelanas, assistidas pelo CRAI, foram certificadas no curso A-TUA-AÇÃO “Português com foco no empreendedorismo para mulheres migrantes”. A turma integra o projeto vinculado à ONG Vila Internacional, em parceria com a Prefeitura Municipal e o Serviço Jesuíta a Migrantes e Refugiados Brasil.
Presente na entrega de certificados, Lilian Athayde, diretora de Proteção Social Especial da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Social e Cidadania (Semdesc), citou o empenho do curso A-TUA-AÇÃO para o desenvolvimento da autonomia econômica feminina. “Esta é a primeira turma do projeto e esperamos que possamos qualificar outras. Sabemos o quanto precisamos empoderar mulheres. Agora com melhor familiaridade com a língua portuguesa e noções de empreendedorismo, as mulheres venezuelanas vão colocar em prática tudo o que aprendeu”, destacou.
As aulas do curso ocorreram via WhatsApp, com atividades obrigatórias diárias, durante oito semanas. As mulheres venezuelanas tiveram acompanhamento integral e desenvolveram dentro da perspectiva de aprender português conhecimentos de empreendedorismo, com os seguintes conteúdos: por que e por onde começar a empreender? modelo de negócios, atendimento e vendas, marketing, como formalizar um negócio e finanças. Uma das principais tarefas foi a de gravação de vídeos para a exercitação da língua portuguesa e a aplicação do aprendizado.
Na avaliação de Ana Paula Gabatteli, professora do curso do A-TUA-AÇÃO, a turma foi exemplar. “Elas fizeram uma trajetória contínua, a comunidade foi muito fácil de ser criada porque elas tinham esse sentimento de uma ajudar a outra. Em termos de português tiveram uma evolução enorme, conseguiram gravar vídeos, algo que foi além da matéria, foi a experiência no geral e que para a gente foi muito emocionante. O curso foi feito por várias mãos, mas só foi possível também graças a missão SocialBank, que proporcionou o capital semente para incentivar essas mulheres a empreenderem”, disse.
No depoimento da aluna Migdalys Ravelo, 32 anos, ela ressaltou que a melhor parte do curso foi a de perceber a inclusão de mulheres venezuelanas de todas as idades. “Esse projeto foi uma oportunidade para nós venezuelanas, porque lá conhecemos tudo e aqui algumas coisas são diferentes. Primeiro achamos que sabemos alguma coisa, mas a cada dia era algo diferente. Aprendemos como atender clientes, levar o produto, fazer divulgação nas redes sociais. Ficamos impressionadas com o trabalho”, pontuou.
Outra assistida do CRAI que amou o curso foi Ariannys Rodriguez, 23 anos. Ela conta que não foi fácil, mas que todas conseguiram chegar até o final. “Hoje estamos conquistando mais um curso de aprendizado. No começo parecia simples, depois teve algumas dificuldades, porque nosso conhecimento é outros, mas conseguimos concluir. Todas nós estamos gratas e gostamos muito do curso”, frisou. As mulheres venezuelanas já passaram por outras formações no CRAI, como as oficinas de salgados e geladinho gourmet, ministradas pela Semdesc.