Vídeo de padre Júlio Lancellotti é falso, diz perito; entenda
Após a tentativa de abrir uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) na Câmara de Vereadores de São Paulo, para investigar o padre Júlio Lancellotti dar errado, uma nova alegação surgiu. Isso porque um vídeo antigo, que ‘ataca’ o clérigo, voltou a circular nas redes sociais. Nas supostas imagens, um homem, que supostamente seria Lancellotti, aparece em atos libidinosos com menores de idade. O detalhe é que o material já teria circulado em 2022 e já haviam sido levantadas suspeitas de que havia sido feito uma edição fraudulenta no material exibido no vídeo.
De acordo com um períto Mario Alexandre Gazziro, contratado pela revista Fórum, “os vários elementos apontam para uma farsa e esse vídeo, em particular, foi gerado para dificultar análises forenses”.
“O que realmente prova que não se trata do padre é a edição para inserção dos ícones do WhatsApp. Porque se fosse realmente um caso real, em que uma suposta vítima tivesse gravado a tela do próprio celular com alguma ferramenta, não teria aparecido o ícone do aplicativo como artefato de edição em destaque na análise forense. Aquilo foi editado e colocado lá”, explica Gazziro.
O períto ainda destacou o fato do video apresentar o suposto ‘rosto’ do clérigo no vídeo. Segundo ele, essa é um tipo de edição ‘comum’ e facilmente realizada por qualquer pessoal pelo chamado ‘deepfake’. Apesar disso, Mario Gazziro destacou que este ponto também foi editado para dificultar a análise pericial.
“Com relação às supostas imagens onde o rosto do padre aparece, é muito simples de gerar isso por softwares de geração de deepfake, e o alinhamento e proporções com o resto do corpo foram deliberadamente enquadrados para evitar a análise sumária de deepfake. Quem fez, fez para não deixar esses vestígios, fez sem esses elementos”, acrescentou.
O especialista esclarece ainda que o vídeo pode aparentar ser ‘simples’ e feita sem ‘compromisso’ para dar um ar de naturalidade, mas foi algo feito por um profissional. Isso porque quem executou a edição do vídeo, além das inserções dos ícones do WhatsApp, não deixou outras rebarbas e pontos à mostra que pudessem ser analisados. “A aparência final foi de algo tosco, mas na verdade esse vídeo foi muito bem-produzido pra evitar análises forenses”, concluiu.