Após ação na Justiça, Bolsonaro agora diz que pode ter contraído coronavírus

 Após ação na Justiça, Bolsonaro agora diz que pode ter contraído coronavírus

Enquanto trava na Justiça uma briga para não divulgar o resultado de seu exame para a Covid-19, o presidente Jair Bolsonaro afirmou, nesta quinta-feira, que “talvez já tenha pegado esse vírus no passado”. A declaração foi dada durante uma entrevista à rádio Guaíba, de Porto Alegre, em sua visita à capital gaúcha.

— Eu talvez tenha pegado esse vírus no passado, talvez, talvez, e nem senti. Aqui em casa, toda a família deu negativo. Talvez, eu tenha sido infectado lá atrás e nem fiquei sabendo. Talvez. E estou com anticorpo — declarou o presidente.

Em fevereiro, após ver vários integrantes de sua comitiva que viajou aos Estados Unidos testarem positiva para a doença, Jair Bolsonaro passou por dois exames para detectar a presença do coronavírus. No entanto, tem se negado a divulgá-los. Segundo ele, ambos deram negativo, isto é, indicando que ele não contraiu a Covid-19.

No começo da semana, o jornal “O Estado de S. Paulo” garantiu na Justiça o direito de obter os exames feitos pelo presidente. A juíza Ana Lúcia Petri Betto, da 14ª Vara Cível Federal de São Paulo, obrigou a União a fornecer os laudos dos exames em até 48 horas. A Advocacia-Geral da União (AGU), porém, informou que enviou à Justiça um relatório médico de 18 de março em que atesta que Bolsonaro teve resultado negativo para os testes, mas não revelou os exames.

Nesta quinta-feira, a juíza deu mais 48 horas para que Jair Bolsonaro mostre à Justiça os laudos. Segundo ela, o relatório médico enviado pela AGU não atende “de forma integral” à determinação, segundo o jornal.

Após retornar dos Estados Unidos, segundo a Presidência, Bolsonaro foi submetido a dois exames, ambos em março. O presidente alega que os dois resultados deram negativos, mas, apesar das cobranças, se recusa a mostrar os resultados publicamente.

Desde o início da epidemia de Covid-19 no Brasil, Bolsonaro tem minimizado os efeitos da doença e criticado governos estaduais que implementaram medidas como o distanciamento social ampliado. Bolsonaro foi criticado por autoridades e especialistas por desrespeitar as medidas de prevenção contra o novo coronavírus quando, por exemplo, causou aglomerações em farmácias e padarias, além de cumprimentar apoiadores com as mãos.

Eventos oficiais do governo também foram criticados pelas aglomerações e pelo contato físico entre os participantem, que não usavam máscaras de proteção em sua maioria. A colunista do jornal O Globo Bela Megale publicou que, apesar do aumento do número de casos de coronavírus, o Palácio do Planalto retomou os eventos no salão que compota maior número de pessoas.

O colunista da revista Época, Guilherme Amado, publicou informações sobre o café da manhã oferecido a mais de 30 deputados no Palácio da Alvorada. Os convidados não usavam máscara, aém de desrespeitarem o distanciamento e realizarem contato físico e o compartilhamento de objetos, como celulares para as selfies. As atitudes violam as medidas de prevenção recomendadas por autoridades de saúde.

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