Delator cita Gleisi Hoffmann e Paulo Bernardo como receptores de propina

 Delator cita Gleisi Hoffmann e Paulo Bernardo como receptores de propina

O advogado Marcelo Maran, investigado em desdobramento da Operação Custo Brasil, fechou acordo de delação premiada com a força-tarefa da Procuradoria-Geral da República (PGR) nesta quinta-feira, 24. Maran é acusado de desviar dinheiro em contratos de empréstimos consignados a partir do Ministério do Planejamento durante o governo de Dilma Rousseff. Em seu depoimento oficial, o delator cita repasses ilegais destinados a campanhas e despesas pessoais da senadora Gleisi Hoffmann (PR), presidente do PT, e Paulo Bernardo, ex-ministro do Planejamento, e seu marido.

Maran era o advogado responsável pela contabilidade do escritório de advocacia de Guilherme Gonçalves, apontado como participante do caminho de propinas para a senadora e o ex-ministro. O delator trabalha em conjunto com a PGR desde abril em documentos e planilhas apreendidos no escritório, apontando quais notas arquivadas haviam sido forjadas para justificar despesas das campanhas e indicando o destino do dinheiro que teria sido sacado na boca do caixa em diversas agências no Paraná e no Distrito Federal.

Além disso, Maran implica outros agentes públicos e políticos que teriam utilizado o escritório de Gonçalves com a mesma finalidade e não haviam aparecido na investigação da Custo Brasil. O delator também detalhou casos de corrupção envolvendo empresas de transporte público do Paraná, onde a senadora petista tem bases eleitorais.

Gleisi Hoffmann não comenta denúncias

A presidente do Partido dos Trabalhadores e senadora do Paraná foi denunciada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) no final de 2016, junto com o ministro Paulo Bernardo. Em março deste ano, a PF os indiciou por corrupção. Segundo as investigações, a senadora recebeu R$ 1 milhão desviado da Petrobras durante a campanha de 2010, e o pedido de dinheiro foi feito por Bernardo.

O advogado de Gleisi Hoffmann, Rodrigo Mudrovitsch, disse que “não vai comentar vazamento de possível acordo de delação que sequer foi homologado” e que a senadora não mantinha contato com Marcelo Maran. Veronica Sterman, advogada de Paulo Bernardo, afirmou que o ministro nega as acusações e aguarda que a Justiça resolva seu caso baseada nas provas concretas.

Em junho, quando foi eleita representante do partido, Gleisi defendeu Lula como presidente da República; “Lula é o nosso candidato à presidência. É o plano A, B e C do PT. Vamos defendê-lo e preparar sua campanha”, reafirmou a senadora, que também foi uma das vozes contrárias ao impeachment da presidente Dilma Rousseff ” É um golpe que começou a ser urdido há muito tempo”. No final de julho, Dilma prestou depoimento como testemunha de defesa de Gleisi, em Porto Alegre.

Marcelo Maran segue preso

Preso em agosto do ano passado, Maran era sócio do advogado Guilherme Gonçalves e ligado ao ex-ministro Paulo Bernardo. Saiu da cadeia em dezembro, graças a decisão da 11ª Turma do Tribunal Regional Federal da 3ª Região, que lhe concedeu um habeas corpus. Segundo o Ministério Público Federal (MPF), Bernardo, Maran, Gonçalves e mais dez pessoas formaram organização criminosa no Ministério do Planejamento entre 2009 e 2015.

A Operação Custo Brasil teve início no Paraná, sob a orientação do juiz federal Sergio Moro. Mas, em 2015, o STF enviou a investigação de desvios em contratos de crédito consignado para a Justiça de São Paulo. Só os casos referentes a desvios na Petrobras ficaram na Justiça paranaense.

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