Ex-diretor da Petrobras diz que irá devolver 20 milhões de euros de propina

 Ex-diretor da Petrobras diz que irá devolver 20 milhões de euros de propina

O ex-diretor da Petrobras Renato Duque afirmou que está disposto a devolver 20 milhões de euros, que recebeu como propina. Segundo Duque, o dinheiro está em duas contas no exterior. A declaração foi feita durante o interrogatório feito pelo juiz Sérgio Moro, responsável pelos processos da Operação Lava Jato na primeira instância. Esta foi a primeira vez que o ex-diretor falou sobre o esquema de corrupção descoberto na Petrobras. 
“Gostaria novamente de enfatizar meu interesse de assinar uma repatriação se necessário para que esse dinheiro venha e volte aí pra quem de direito”, disse Duque. O ex-diretor de Serviços da Petrobras foi ouvido pelo juiz Sérgio Moro em uma ação que apura se o ex-ministro Antonio Palocci recebeu propina para atuar a favor da Odebrecht.
A denúncia trata de pagamentos feitos para beneficiar a empresa SeteBrasil, que fechou contratos com a Petrobras para a construção de 21 sondas de perfuração no pré-sal. Como réu neste processo, ele havia ficado em silêncio durante um interrogatório no dia 17 de abril e pediu para ser interrogado novamente pelo juiz.

Além dos 20 milhões de euros, Duque também se comprometeu a devolver valores que estão em uma terceira conta no exterior, mas não mencionou o valor. Estas três contas são, segundo ele, as únicas que possui fora do país. Durante o interrogatório, Duque afirmou ainda sobre a acusação de que ele movimentou dinheiro no exterior já com a Lava Jato em andamento e que isso foi colocado como uma falta de respeito à operação. O ex-diretor confirmou que houve a movimentação, mas negou desrespeito. “O banco exigiu que este dinheiro fosse tirado (…) Banco na Suíça. Então, em função desta exigência, que houve a transferência. Para deixar claro que não houve intenção de esconder”.

Renato Duque já foi condenado a mais de 50 anos de prisão em quatro ações da Lava Jato e é réu em pelo menos outros seis processos decorrentes da operação que estão em andamento na 13ª Vara Federal de Curitiba. O ex-diretor da Petrobras acusou o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva de ter recomendado que ele destruísse provas da propina recebida por petistas fora do Brasil no escândalo do Petrolão.

De acordo com a força-tarefa da Lava Jato, Duque foi indicado pelo Partido dos Trabalhadores para a diretoria de Serviços, área responsável por grande parte da propina de contratos da Petrobras destinada ao partido. Duque disse que encontrou Lula em 2012, 2013 e 2014. “Nessas três vezes, ficou claro, muito claro pra mim, que ele tinha o pleno conhecimento de tudo e detinha o comando”, afirmou em seu depoimento.

Ontem, os advogados do ex-presidente Lula afirmaram que o depoimento de Renato Duque é uma tentativa de fabricar acusações contra o ex-presidente. “Como não conseguiram produzir nenhuma prova das denúncias levianas contra o ex-presidente, depois de dois anos de investigações, quebra de sigilos e violação de telefonemas, restou aos acusadores de Lula apelar para a fabricação de depoimentos mentirosos”.

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