Filha de Roberto Jefferson anuncia candidatura à sucessão de Cunha

 Filha de Roberto Jefferson anuncia candidatura à sucessão de Cunha

A deputada Cristiane Brasil (PTB-RJ) anunciou neste sábado (9), por meio da assessoria, que vai disputar a eleição para a presidência da Câmara dos Deputados.

A parlamentar fluminense, que é filha do delator do mensalão Roberto Jefferson, é a primeira mulher a lançar candidatura para o cargo que ficou vago com a renúncia de Eduardo Cunha(PMDB-RJ). 

Cristiane Brasil chegou a presidir o diretório nacional do PTB por um ano e meio. Ela assumiu a função em dezembro de 2014, quando Roberto Jefferson foi preso no regime semiaberto por conta da condenação no processo do mensalão. 

A pena de Roberto Jefferson foi perdoada em março deste ano pelo Supremo Tribunal Federal (STF) com base no decreto presidencial do indulto natalino. Ele reassumiu a presidência do PTB em abril. 

O substituto de Cunha assumirá o comando da Câmara em um “mandato-tampão” até fevereiro, quando será realizada nova eleição para um mandato de dois anos.

De acordo com a assessoria de Cristiane Brasil, a deputada tentará buscar votos da bancada feminina da Câmara, dos partidos do chamado “centrão” e de parlamentares do PSDB.

A petebista, no entanto, ainda não formalizou a candidatura junto à Secretaria-Geral da Mesa da Câmara, o que deverá ser feito, segundo a assessoria, na próxima segunda-feira (11).

Outros candidatos
Além de Cristiane Brasil, outros deputados já anunciaram que vão participar do pleito. Um deles é o primeiro-secretário da Câmara, Beto Mansur (PRB-SP), que também ainda não oficializou a candidatura.

Até o momento, seis candidatos já formalizaram a participação na eleição prevista para acontecer na próxima semana.Veja quais são:

–  Fausto Pinato (PP-SP): advogado, tem 39 anos e está em seu primeiro mandato. Chegou a ser eleito relator do processo contra Cunha no Conselho de Ética, mas foi substituído.
– Carlos Gaguim (PTN-TO): administrador, o deputado de 55 anos também está no primeiro mandato. Foi vereador e deputado estadual no TO. Governou o estado após a cassação do então governador Marcelo Miranda e do vice Paulo Sidnei pelo TSE, em 2009.
– Carlos Manato (SD-ES): médico, o deputado de 58 anos está no quarto mandato. É o atual corregedor da Câmara e já ocupou cargos de suplente na Mesa Diretora.
– Marcelo Castro (PMDB-PI): médico de 66 anos, foi ministro da Saúde do governo da presidente afastada Dilma Rousseff. Como deputado, está no quinto mandato.
– Fábio Ramalho (PMDB-MG): empresário, o deputado está no terceiro mandato consecutivo na Câmara. Ele já foi prefeito do município de Malacacheta (MG), entre 1997 e 2004.
– Heráclito Fortes (PSB-PI): funcionário público, o deputado está no quinto mandato na Câmara. Ex-senador, ele também foi prefeito de Teresina.

Data da votação
Há um impasse em torno do dia em que a eleição para escolher o sucessor de Cunha será realizada. O presidente em exercício da Casa, Waldir Maranhão (PP-MA), agendou a votação para a próxima quinta-feira (14).

No entanto, líderes partidários querem antecipar o pleito em dois dias. Eles chegaram a marcar uma sessão para a eleição na terça-feira (12). Maranhão, contudo, anulou a decisão e manteve a votação para quinta.

Racha na base
Diante de um alto número de candidaturas, o Palácio do Planalto articula, nos bastidores, uma saída para que a eleição na Casa corra sem risco de provocar um racha na base aliada ao governo Michel Temer.

Uma das ações costuradas nos corredores do palácio é a tentativa de que as legendas governistas definam um nome de consenso da base até o momento da votação. Assim, avalia o Planalto, Temer não precisaria passar pela situação de apoiar publicamente um deputado e se desgastar com os demais.

Um mapeamento do Planalto apontou que a renúncia de Cunha, esperada há algumas semanas, resultou na movimentação de 10 a 12 parlamentares da base para suceder o peemedebista no comando da Câmara.

Na avaliação dos principais conselheiros do presidente em exercício, o mais importante neste momento é o Palácio do Planalto não “carimbar” o apoio a algum candidato, por exemplo, do partido “A”, pois, com isso, as legendas “B, C e D” poderão, por pressão política, deixar de votar projetos de interesse do governo na Casa.

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